sexta-feira, abril 02, 2010

Leituras

• Martin Wolf, Alemanha não serve de modelo para a Europa:
    Os decisores políticos alemães dispensam o actual debate sobre a procura interna e os desequilíbrios na zona euro. Enquanto assim for, o compromisso assumido pelo Conselho de promover "a estreita coordenação das políticas económicas na Europa" nunca será honrado. Pior. A Alemanha dispensa que os seus parceiros reduzam rapidamente os défices orçamentais. A zona euro, a segunda maior economia mundial, tenderia a transformar-se numa "grande Alemanha", padecendo de uma procura cronicamente fraca. A Alemanha e outras economias semelhantes poderiam aumentar as exportações para os países emergentes a fim de contornar este problema, mas isso condenaria os parceiros estruturalmente mais frágeis - em particular aqueles onde os custos são menos competitivos - a um longo período de estagnação. No melhor dos cenários, entenda-se. Ora bem, é esta a tão propalada "estabilidade"?
• Paul Krugman, Burocratas e plutocratas:
    A única questão está em saber se vamos regulamentar a banca para que ela não possa abusar do privilégio do apoio governamental. E é essa regulamentação - e não os futuros resgates - que os opositores da reforma estão a tentar bloquear.
• Pedro Adão e Silva, Vivemos todos num submarino:
    Mas há sempre quem ganhe quando colectivamente nos afundamos. Diz muito, aliás, sobre o país, que o Parlamento ande entretido numa comissão de inquérito para saber se o primeiro-ministro tinha conhecimento de um negócio abortado entre privados e não se faça uma comissão de inquérito sobre as contrapartidas nos negócios militares, onde há indícios de fraudes que nos custam milhares de milhões.
• Wolfgang Munchau, Crise grega:
    Este acordo não vai resolver os problemas da Grécia nem de qualquer outro país que venha a enfrentar as mesmas dificuldades, mas resolve os problemas de Angela Merkel e do BCE, pelo menos parcialmente. No entanto, os líderes europeus em nenhum momento pensaram resolver a dupla ameaça que paira sobre o futuro do Euro: a inexistência de um sistema de resolução de crises e a questão dos desequilíbrios internos da zona euro.

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