‘Os decisores políticos alemães dispensam o actual debate sobre a procura interna e os desequilíbrios na zona euro. Enquanto assim for, o compromisso assumido pelo Conselho de promover "a estreita coordenação das políticas económicas na Europa" nunca será honrado. Pior. A Alemanha dispensa que os seus parceiros reduzam rapidamente os défices orçamentais. A zona euro, a segunda maior economia mundial, tenderia a transformar-se numa "grande Alemanha", padecendo de uma procura cronicamente fraca. A Alemanha e outras economias semelhantes poderiam aumentar as exportações para os países emergentes a fim de contornar este problema, mas isso condenaria os parceiros estruturalmente mais frágeis - em particular aqueles onde os custos são menos competitivos - a um longo período de estagnação. No melhor dos cenários, entenda-se. Ora bem, é esta a tão propalada "estabilidade"?’
‘A única questão está em saber se vamos regulamentar a banca para que ela não possa abusar do privilégio do apoio governamental. E é essa regulamentação - e não os futuros resgates - que os opositores da reforma estão a tentar bloquear.’
‘Mas há sempre quem ganhe quando colectivamente nos afundamos. Diz muito, aliás, sobre o país, que o Parlamento ande entretido numa comissão de inquérito para saber se o primeiro-ministro tinha conhecimento de um negócio abortado entre privados e não se faça uma comissão de inquérito sobre as contrapartidas nos negócios militares, onde há indícios de fraudes que nos custam milhares de milhões.’
‘Este acordo não vai resolver os problemas da Grécia nem de qualquer outro país que venha a enfrentar as mesmas dificuldades, mas resolve os problemas de Angela Merkel e do BCE, pelo menos parcialmente. No entanto, os líderes europeus em nenhum momento pensaram resolver a dupla ameaça que paira sobre o futuro do Euro: a inexistência de um sistema de resolução de crises e a questão dos desequilíbrios internos da zona euro.’
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