- ‘A comparação das finanças públicas com o orçamento familiar é aliás uma ideia salazarista. Durante o fascismo os défices eram baixos e a doutrina de rapar o tacho prevalecia no Estado e nas famílias. Em consequência o país não tinha nada e vivia numa profunda miséria. Não existiam estradas, escolas, hospitais, nada. Portugal era ruralista e medieval.
Num país moderno a despesa é um investimento nos cidadãos. Hospitais, serviços sociais, subsídios de desemprego, reformas, servem para garantir as condições de existência. Estradas, aeroportos, escolas, centros de investigação, museus, servem para que cada um possa desenvolver-se, realizar os seus projetos e assim fazer evoluir o país.
A comparação não tem portanto qualquer sentido e a maioria dos que a usam, e dela abusam, fazem-no imaginando que desse modo a populaça entende melhor o assunto. Ou seja, estes economistas tratam as pessoas como crianças.’
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