- ‘Resumindo, esta história ainda não acabou. No caso da zona euro há duas lições a reter. Primeira: ou se aceita uma situação de bancarrota, por mais confusa que possa ser, ou se institui uma verdadeira união orçamental dotada de forte disciplina e de fundos suficientes para "amortecer" os ajustamentos nas economias mais fragilizadas. Buiter recomenda a criação de um Fundo Monetário Europeu de 2 biliões de euros. Segunda lição: o ajustamento na zona euro só poderá ter êxito depois de os países-chave procederem, também eles, a ajustamentos. Se a zona euro mantiver, no seu conjunto, uma procura fraca ou estagnada corre o risco de se transformar numa arena de desinflação competitiva - onde vai prevalecer a tentativa de empobrecer o vizinho (‘beggar-my-neighbour') - cada vez mais dependente dos mercados internacionais enquanto escape para os excedentes. Ora bem, poucos vão gostar deste desenlace.
As crises que neste momento se desenrolam confirmam o bom senso daqueles que viram na moeda única uma iniciativa particularmente arriscada. Estes choques não constituem propriamente uma surpresa. Pelo contrário, penso que seriam expectáveis. O medo de que a união de países tão distintos iria aumentar a tensão em vez de a reduzir também parece justificado - veja-se o sentimento antieuropeu que entretanto grassa na Alemanha. A zona euro foi criada, logo, tem de funcionar. A ajuda à Grécia é apenas o começo. Ainda há muito para fazer, quer no que respeita à crise imediata quer à reforma da zona euro num futuro não muito distante.’
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