O jornalista é Luciano Alvarez, o autor material da inventona de Belém congeminada numa esconsa pastelaria da Av. de Roma, em Lisboa. O entrevistado é Miguel Relvas, que se mostra empolgado: “O sangue vai correr com mais força nas veias deste partido.” Sabendo-se quem são os intervenientes, estamos seguros de que a conversa não está descontextualizada, até porque nem os erros gramaticais foram retocados: “intervimos quando todos estavam calados”.
Então é assim:
“Miguel Relvas, secretário-geral, porta-voz e braço-direito do líder, fala numa nova forma de fazer política, num partido mais moderno, mais profissional, mais próximo dos cidadãos.” Para tanto, «Miguel Relvas garante que entra todos os dias no número 9 da alfacinha Rua de São Caetano à Lapa, a sede do PSD, com duas frases na cabeça: “O caminho faz-se caminhando” e “todo o esforço inútil leva à melancolia”.»
Relvas prepara-se para mudar tudo: “a filosofia, os hábitos, as práticas, a linguagem e até a estética [o laranja pelo azul bebé de Gaia, as três setinhas por uma só?]”. Tal como os guarda-chuvas para o menino e para a menina, “o PSD precisa de voltar a ser o partido do bancário e do banqueiro.” O braço-direito de Passos Coelho acredita que, com um partido “atrevido na política, nos hábitos, nos costumes e na agenda política”, é possível fazer a quadratura do círculo: o “PSD urbano conciliado com o PSD rural”.
Aparentemente, os marketeers de Menezes regressam, abandonando a rapaziada de Agostinho Branquinho a São Caetano: “O PSD precisa de se transformar num open space. Ser menos palácio e mais open space”, na feliz terminologia de Relvas. E no que toca à “central” recentemente criada (de que a última edição do Sol dava conta), Relvas também se prepara para inovar: “O espaço de reunião já está definido: o telemóvel.”
Ora para dar a cara por este projecto, Miguel Relvas não vê necessidade de uma figura com atributos especiais: “O PSD estava a precisar de um líder que seja uma pessoa comum e o país está a precisar de um primeiro-ministro que seja uma pessoa comum.” Um Menezes a Xanax, deduz-se.
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