Vinte e Sete perguntas aos procuradores do Freeport

Já agora, convém ler as perguntas que os procuradores deixaram no despacho. Todos já tivemos oportunidade de as ler nas manchetes do Sol ou nos programas da Sr.ª Guedes. Não será preciso estar demasiado atento para verificar que as perguntas não têm nenhuma relevância criminal.

Mas, à maneira de réplica, deixo aqui algumas perguntas aos procuradores do Freeport. Como eles gostam do método peripatético, não tenho dúvidas de que terão muito gosto em responder.

Eis as perguntas:

1.ª

Acham razoável que um processo se arraste durante seis anos até ser deduzida a acusação? Se acham razoável, qual deveria ser o limite temporal? Acham que não deverá haver limite temporal nenhum?

2.ª

Há quanto tempo são titulares do processo Freeport? Acham que quase dois anos é pouco tempo para concluir um inquérito cujo objecto está completamente limitado? No caso afirmativo, quanto tempo precisavam mais?

3.ª

Quando concluíram que seria útil fazer perguntas a José Sócrates e a Pedro Silva Pereira? No caso de não ter sido na véspera da conclusão do inquérito, por que não as fizeram?

4.ª

As perguntas que queriam dirigir a Sócrates e a Silva Pereira baseiam-se no conhecimento de factos ou indícios a que só tenham acedido no fim do inquérito? De onde provém esse conhecimento?

5.ª

Com quantos jornalistas falaram enquanto foram titulares do processo Freeport? Com quantos falaram em off? Que lhes disseram?

6.ª

Combinaram com algum “jornalista de investigação” (Felícia Cabrita ou outro) algumas diligências no âmbito do processo Freeport? Algum tem ou teve uma relação especial com alguma “jornalista de investigação”?

7.ª

Consideram que um processo crime é o meio adequado para derrubar um governo ou um primeiro-ministro? Se não consideram, por que razão transmitem mensagens que se inscrevem no domínio da luta político-partidária?