- ‘Como chegámos a isto? É a consequência lógica de três décadas de retórica antigoverno, uma retórica que convenceu muitos eleitores de que um dólar obtido em impostos é sempre um dólar desperdiçado, e que o sector público não sabe fazer nada bem feito.
A campanha antigoverno foi sempre apresentada em termos de uma oposição ao desperdício e à fraude, para evitar a emissão de cheques a grandes senhores da Segurança Social que se deslocam ao volante de Cadillacs, para combater os grandes exércitos de burocratas inúteis que mais não fazem do que carimbar papéis. Mas isso eram mitos, claro; nunca houve, nem por sombras, tanto desperdício ou tanta fraude como afirma a direita. E agora que essa campanha deu frutos, vemos o que de facto estava na primeira linha de fogo: os serviços que toda a gente, com excepção dos muito ricos, precisa, serviços que têm de ser fornecidos pelo governo porque mais ninguém o fará, como sejam iluminação pública, estradas praticáveis e uma educação decente para o grande público.’
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