- ‘(…) as dúvidas adensam-se também em relação ao processo administrativo: a escolha do consórcio; as regras que se alteraram a meio do jogo; a fraca execução das contrapartidas; a posição de fragilidade em que o Estado se pôs; o enigmático papel dos consultores.
Nada é claro. Esta intriga tem, no entanto, deixado para segundo plano a discussão de uma questão não menos relevante: a de saber se Portugal necessitava de renovar, com esta urgência e nível de investimento, a sua capacidade submarina.
Na devida altura, Ana Gomes revelou publicamente a existência de documentos da NATO que punham fortes reservas sobre a utilidade desta aquisição. Que "interesse nacional" é esse que se manifesta em contradição com o quadro de alianças em que Portugal se insere? Argumenta-se com a utilidade submarina na "vigilância costeira". Mas não haverá outros navios mais vocacionados para essas missões? Recentemente também surgiram notícias dando conta da redução das frotas submarinas em países da UE e da NATO. Neste caso, como infelizmente noutras aquisições militares, está ainda tudo por explicar.’
3 comentários :
Tudo por explicar...? Há alguem no País que possa explicar tão despudor financeiro na aquisição de submarinos que mais não são do que meios para se passearem pelo atlantico á borla.
Convém recordar que o “Programa Relativo à Aquisição de Submarinos” foi criado pela resolução do conselho de ministros nº14/98 ASSINADO POR... SURPRESA ANTÓNIO MANUEL DE OLIVEIRA GUTERRES - http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=dip&serie=1&iddr=1998.25B&iddip=19980218 .Os governos seguintes apenas seguiram o que estava estipulado.
Quanto à pergunta se “não haverá outros navios mais vocacionados para essas missões?” Talvez a pergunta deva ser feita ao actual e anterior ministro da defesa devido ao atraso na construções dos NPO. Ter atenção que os mesmos foram encomendados aos estaleiros de Viana do Castelo, o que em tempo de crise contribuiria para a manutenção ou criação de postos de trabalho (seria o investimento público que Sócrates tanto gosta de falar). http://aeiou.visao.pt/navios-em-seco=f498061
Não há matéria em que a ignorância e o desconhecimento sejam tão abundantes como nas questões relacionadas com a segurança e a defesa.
O país tem sérios problemas em muitas áreas, desde logo a da justiça, onde existe uma real ameaça ao regime democrático, mas pelo menos sobre essa área e à volta dela há discussão e debate, sinal que mais tarde ou mais cedo as coisas mudarão. Já no que toca à defesa paira o silêncio e o debate é tão viçoso como as areais do saara em pleno meio dia. Acresce que as opiniões que se ouvem estão qause todas ao nível da indigência.
Os submarinos são uma necessidade nacional, para marcar uma posição de soberania sobre a ZEE portuguesa, e não uma necessidade da NATO... para a NATO tanto faz que a segurança marítima, atenção não estou a falar de salvar naufragos, na nossa ZEE seja assegurada por submarinos espanhois, americanos, ingleses, alemães ou franceses, que de resto todos têm em abundãncia, mas para nós portugueses penso que essa questão não é indiferente e é preferível que a segurança da nossa ZEE seja assegurada por submarinos portugueses, ou não será assim?
Caso contrário arriscams a que no futuro aconteça uma nova situação semelhante à que aconteceu no imperio colonial, com o famoso mapa cor de rosa. Quando no futuro quisermos explorar os recursos do fundo marinho da nossa ZEE, outros nos enxotarão e nos dirão na cara, "ponham-se a andar que nós já andamos por aqui há muitos anos. Onde andaram vocês todo este tempo para só aparecerem agora?". E quem nos dirá isso são aqueles a que chamamos aliados! Ah, pois é!!!
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