- • A.R., Verão Quente, 2010:
‘O terrorismo judiciário instalou-se sob este calor inabitual. O toca-e-foge das insinuações e dos palpites disfarçados de comentários incendeiam os jornais e explodem nas televisões. O tu-cá-tu-lá dos justiceiros ganhou o estatuto de competência técnica e de propósito moral. Uma sociedade degrada-se quando a justiça se torna na sua negação: a demagogia da prova e a febre da inquisição.’
• Eduardo Pitta, O FOLHETIM:
‘O que me parece extraordinário é o blasé da Comissão de Carteira Profissional de Jornalista. José António Cerejo escreveu no jornal que a sua intervenção como assistente no processo teve como único objectivo obter informação. Fraude, portanto. Atento o comportamento de tanta gente (agentes judiciários incluídos), nada me espanta. Como precedente, não está mal.’
• f., caladinha, chiu:
‘ou seja: perante a colocação de um problema -- é ou não uma perversão alguém que se coloca dentro de um processo judicial reportar sobre ele? esta realidade é ou não a caricatura da espantosa promiscuidade existente em portugal neste momento entre media e sistema judicial (promiscuidade que de resto o próprio jornalista que se fez assistente denuncia e apresenta como um dos motivos para essa sua acção)? -- uma razoável quantidade de gente prefere discutir se eu posso sequer colocar o problema.’
• Francisco Seixas da Costa, A escola do “mas”:
‘Hoje, o New York Times, elogia largamente a política energética de Portugal.
Ora aqui está um momento interessantíssimo para podermos aferir o comportamento, nas próximas horas, do nosso estimado "jornalismo adversativo".
Embora em parte a "banhos", não acredito que essa escola de escrita reticente deixe de assinalar, a par da notícia, tudo o que de negativo puder descortinar para a atenuar: "porém, há que contar que..." ou "não obstante, o jornal não deixa de...", etc.
Era o que faltava alguém andar a dizer bem da atual situação portuguesa - e logo "lá fora"!’
• João Paulo Pedrosa, A herança de Lúcio Thomé Féteira:
‘Vai, inevitavelmente, tornar-se num grande folhetim comunicacional que só agora está a dar os primeiros passos. Tem todos os condimentos para isso, homicídio, dinheiro (muito dinheiro), advogados que são políticos conhecidos e influentes junto de alguma esfera do poder, ao que parece, até já obrigaram "este" a mexer-se.’
• Sofia Loureiro dos Santos, A Justiça e o Supremo Magistrado da Nação:
‘Tão ou mais grave que a promiscuidade entre a justiça e a política, caucionada pelos líderes partidários, está o silêncio do titular e dos candidatos ao cargo de Presidente da República. A justiça é um dos pilares do regime democrático. Parece-me tristemente significativo que nenhum dos candidatos tenha considerado este assunto merecedor da sua atenção.’
• Val, A corda:
‘Estes são os mesmos que sempre preferiram fazer justiça ao pé das árvores, e ainda não acordaram.’
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