quinta-feira, setembro 30, 2010

Leituras

• Marina Costa Lobo, A estratégia de Passos Coelho é um enigma:
    Vamos partir do princípio que o PSD tem uma liderança racional, que pretende ganhar eleições, e malta razoavelmente inteligente na direcção do partido. Em que plano é que as opções tomadas nos últimos meses por Passos Coelho fazem sentido, do ponto de vista da consolidação da sua liderança e da sua tentativa de dentro de pouco tempo se tornar no próximo primeiro-ministro de Portugal? É difícil vislumbrar. (…) Tudo isto faria sentido se a estratégia fosse de facto forçar eleições, ou na impossibilidade destas, forçar o Governo a entrar em gestão para os próximos meses. Em língua portuguesa, não aceitar um orçamento significa votar contra ele. Mesmo que isso agora pareça ser um cenário já descartado, a forma totalmente errática com que Passos Coelho se tem comportado sugere prudência até à votação na Assembleia da República.’
• Pedro Lains, A terra a quem a trabalha:
    Fiquei chocado, confesso, com a reacção do responsável da Economia do PSD, António Nogueira Leite, à vinda do director-geral da OCDE a Portugal, ao que este disse, e ao conteúdo do relatório que ele veio trazer. (…) Há sempre lógica nas coisas, quando a queremos encontrar. Neste caso, a lógica é a de que a Oposição do PSD segue a lei do menor esforço. Como tem de fazer frente a uma autêntica máquina de propaganda do Governo, como não tem capacidade de mobilizar esforços para elaborar propostas alternativas fundadas em investigação, reflexão, discussão, a Oposição prefere avançar com a política da terra queimada. (…) Esta falha da Oposição não será porventura fácil de ultrapassar. O que temos é um partido, o PSD, contra o Estado, contra o governo, e um partido com dificuldade em arregimentar boas cabeças para um trabalho demorado e não excessivamente interessante. Para além disso, não há garantia de se ganharem as eleições, e todo o trabalho pode ir por água abaixo.

Sem comentários :