sexta-feira, setembro 24, 2010

"Os 10 a mais"

• Daniel Amaral, Diálogo de surdos:
    Se pegarmos nos países da zona euro e medirmos o seu rendimento ‘per capita', já corrigido da paridade de poder de compra, concluímos que o nosso (72% da média) é dos mais baixos do grupo. Mas se, em vez disso, medirmos o peso dos salários no PIB, a parte que nos toca (52%) sobe para o topo da lista, logo atrás da França e da Eslovénia. Estes números, de cariz antagónico, fazem das negociações salariais um problema sem solução.

    Nenhum mal viria ao mundo se as dotações para investimento e consumo fossem as mais adequadas e não excedessem o valor do produto. Não é o caso. No nosso modelo, investimos de menos e consumimos de mais e, por cada 100 unidades produzidas, habituámo-nos a gastar 110: os 10 a mais traduzem a diferença entre importações e exportações, estão expressos em dívida externa e ameaçam levar-nos à asfixia. Sempre foi assim.

2 comentários :

MFerrer disse...

É curioso como uns citamoutros em círculo fechado e nunca atendendo ao que o povoléu se lembra de dizer ou de escrever.
No passado dia 16 escrevi:
http://homem-ao-mar.blogspot.com/2010/09/uma-constituicao-em-suspenso-um-cheque.html
CONTINUO EM BRANCO.
É a vida! como dizia quem sabia destas coisas.
O António Vitorino deve estar comn a razão!
Assino por baixo.

M.Azevedo disse...

Choca-me,ler que os nossos salários correspondem a 52% do Pib.É muito de facto, mas quando vejo milhares de portugueses a ganharem uma miséria,algo está errado. Há que mudar o paradigama do que produzimos. Não podemos andar a fazer coisas ,que o terceiro mundo faz, por menos dinheiro. Diminuir os salários e reformas a muita gente. Tornarmos a nossa a função publica, a mais eficiente do "Mundo" para podermos libertar recursos. por último, esta cultura do novo riquismo no gasto de equipamentos de vária ordem, tem que terminar. Esta crise pode ser uma grande oportundidade para se acabar com centenas de autarquias e juntas de freguesia, fico-me por aqui.