domingo, novembro 14, 2010

É difícil calcular a dimensão de uma manifestação?

Da crónica de hoje [Contar cabeças] de José Queirós, provedor do leitor do Público:
    Finalmente. Foi preciso estar em Lisboa um professor de jornalismo norte-americano, com currículo estabelecido em técnicas de contagem de multidões, para pela primeira vez se fazer no nosso país o que a imprensa portuguesa há muito deve aos seus leitores: uma estimativa independente do número de participantes em manifestações ou concentrações com relevo social e político.

    No passado dia 6, uma multidão de manifestantes convocados pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública desfilou em Lisboa, entre o Marquês de Pombal e os Restauradores, em protesto contra os cortes salariais e outras medidas de austeridade anunciadas pelo Governo e apoiadas pelo principal partido da oposição. E que multidão foi essa? 100.000 pessoas, disseram os organizadores, e repetiu grande parte da comunicação social, participaram na marcha, descrita como uma espécie de ensaio de mobilização para a greve geral marcada para o próximo dia 24.

    Ao contrário do que aconteceu em ocasiões semelhantes, desta vez não se conheceram estimativas da polícia. Em contrapartida, uma equipa dirigida por Steve Doig, professor da Universidade do Arizona actualmente a leccionar um mestrado de jornalismo na Universidade Nova de Lisboa, saiu para o terreno para fazer o que nenhum jornal fizera antes: contar os manifestantes. Não mobilizou para isso grandes meios: alguns dos seus alunos fizeram contagens ao longo do percurso da marcha, algumas fotografias foram feitas a partir de um ponto elevado na zona dos Restauradores e foi medido o espaço em que decorreu o comício final. Resultado: uma estimativa de 8.000 a 10.000 participantes no desfile, e cerca de 5.000 concentrados nos Restauradores.

13 comentários :

Raimundo Narciso disse...

Realmente... Também eu estava errado. Dispensara-me do trabalho de campo e com bonomia e poupança de tempo passei a dividir por 5 os números da nossa frívola (ou cúmplice?) comunicação social. Passarei a considerar 10%.
Obrigado

Anónimo disse...

foi preciso um cámone pôr em causa uma evidência e depois ninguém aperta os carvalhos, nogueiras, leodolfos & avoilas.

Anónimo disse...

Mas já quando dos 120.000 tinha surgido não só uma outra muito diferente "contagem",(20.000) mas um "modelo" simples de a efectuar. Salvo erro partindo do número médio de presenças por fila e contagem do nº de filas,com utilização de fotos ao longo da avenida. Salvo erro ninguém pegou.

A.R. disse...

Sabemos agora o que foram os números, os falsos números, das manifestações contra Maria de Lurdes Rodrigues.

Leitor do Público disse...

“um professor de jornalismo norte-americano” diz o provedor do leitor do Público.

Esqueceu-se de nos informar que o dito cujo é formado em Ciência Política (Dartmouth College), e formou-se e ensinou na Escola de Informação das Forças Armadas dos USA, foi correspondente de guerra na Guerra do Vietname, e passa a vida a viajar, segundo confessa, a ensinar técnicas de “jornalismo de precisão”, nomeadamente pelo Canadá, Grã-Bretanha, Espanha, Holanda, Bélgica, Brasil e Indonésia, por conta do Departamento de Estado.

Recentemente num encontro com outros Fulbrighters na Embaixada dos USA em Lisboa, re-encontrou a responsável de imprensa da Embaixada, que já conhecia, pois o tinha acompanhado pelo Brasil, quando lá foi numa visita patrocinada pelo Departamento de Estado.

Esqueceu-se ainda o José Queirós de nos informar que nessa suposta contagem o norte-americano nem sequer soube informar quantos metros quadrados tem a Av. da Liberdade desde o Marquês de Pombal aos Restauradores. E que quem tirou as fotos foi António Granado antigo director do Público Online e seu colega na Nova. Como também se esqueceu de nos dizer que Belmiro é tal como o dito cujo antigo bolseiro da Fulbright.

Banda in barbar disse...

chama-se método do transecto

é utilizado em ecologia

e a visualização de um número de animais e fotografias de àreas parciais

1 pé quadrado é um espaço mínimo
1metro quad. numa multidão é uma proximidade confrangedora

1 kilómetro de espaço útil vezes uns 20 metros se não pisarem os canteiros

20mil metros carrés de espaço útil

desde a frente da manifestação até aos retardatários

cabem umas 20mil almas
ou 40mil se se começarem a esfregar uns nos outros

a estimativa do gadjo jornalista

tomou em conta o quê

frente da manifestação 200 pessoas
vezes 25 de profundidade num lado
e vezes 50 no outro?

Outro leitor do Público disse...

Escapou ainda ao provedor do leitor do Público que o boy da Fullbright, foi um dos jornalistas que andou dois meses na contagem dos votos da Flórida na 1ª eleição do Bush em 2000, com a polémica conhecida.

Anónimo disse...

já agora põe aí os nomes do gato e do periquito. aproveita e explica ao maralhal porque é que as contas do doig não prestam e qual é o método utilizado pelos sindicatos.

Anónimo disse...

Eu tinha razão quando apresentei numeros. Perguntar números à policia não vale a pena...
Andam ao mesmo...

Leitor do Público disse...

Por acaso o boy norte-americano até teve a lata de pôr no seu site o nome das duas alunas que fizeram as contagens e foi ele próprio que bufou o nome do fotógrafo, o Granado.

Anónimo disse...

agora temos o suplemento idiota público ou técnica comuna, quando a coisa não corre bem, adjectiva-se o coiso.

Leitor do Público disse...

Parece que não é só o outro que não sabe quantos metros quadrados tem a Av. da Liberdade desde o Marquês de Pombal aos Restauradores.

O Público também não sabe.

Anónimo disse...

Apetece perguntar quantos Professores estavam na manifestação contra a Ministra.E eram todos professores,ou elementos afectos à Intersindical?Inclino-me a dizer que professores seriam muito poucos!