E a montanha pariu um... Magalhães

Lembram-se daquele inquérito parlamentar patético desencadeado pelo PSD e alimentado pela esquerda desnorteada que, no fundo, no fundo, pretendia averiguar a razão pela qual o Governo tinha obrigado as operadoras telefónicas a porem à disposição dos portugueses o dinheiro a que se tinham comprometido e, pelo meio, fomentar a indústria nacional e potenciar as exportações?
Pois. O inquérito ao Magalhães.
O 'escândalo' deu em nada, apesar das conclusões e recomendações de uma oposição que, além de não saber fazer, não quer que os outros façam.
Ficámos, então, à espera do 'golpe final', misericordioso: um relatório do Tribunal de Contas. Que chegou hoje.
E o que diz o tal relatório?
Bom... os problemas do Magalhães são tão graves que os jornalistas não conseguiram mais que uma notícia pífia, que não consegue dar conta de qualquer irregularidade, quanto mais ilegalidade.
Para se perceber a loucura toda em que isto se enredou basta ler este parágrafo transcrito pela notícia (e imaginarmos os juízes do TC a folhear a PC Magazine na Versalhes):

"Embora em resultado da pesquisa a bases de dados e revistas especializadas não tenham sido encontrados, no mercado internacional, equipamentos alternativos ao Magalhães que satisfizessem, na plenitude, as especificações técnicas, o TC enfatiza a impossibilidade de uma afirmação categórica no sentido negativo, por não ser possível assegurar, quer a exaustividade da pesquisa, quer a inviabilidade da adaptação duma versão base".

Já agora, só a título de actualização para os senhores juízes: passados dois anos, no concurso para o novo Magalhães, continuou a não aparecer rival, nem sequer uma "adaptação duma versão base". Tocante, o desvelo destes juízes na procura de um concorrente, talvez estrangeiro, para um produto nacional.