terça-feira, fevereiro 01, 2011

Inovação, disseram?



      “Uma política de inovação deve ser enquadrada por um conjunto de princípios que sirvam de base a uma política de inovação integral, coerente e sistémica para o país e ao consequente modelo organizativo e operativo:
      • colocar a empresa no centro do sistema de inovação;
      • estabilidade da política de inovação para estimular a inovação na realidade
      empresarial portuguesa. Definição clara da tutela para a Competitividade e Inovação;
      • apoiar o desenvolvimento de redes de inovação;
      • potenciar os sectores económicos com maior impacto inovador;
      • aposta no empreendedorismo e na criação de empresas de base tecnológica:

      Nesta enumeração de um conjunto de linhas de política de inovação, ter-se-á de ressaltar a necessidade de estabilidade destas medidas de política, para que as empresas sintam um estímulo à inovação de uma forma permanente e que se não verifiquem alterações nos sistemas de incentivos sempre que há alterações na governação do país. O impacto das políticas públicas de apoio à inovação na competitividade de um país está hoje cabalmente demonstrado. Por isso, há a necessidade de mudar.”

Nestas linhas, retiradas da sua moção de estratégia global de 2010 ao XXXIII congresso do PSD, e que fazem ainda por cima o elogio da estabilidade nos sistemas de incentivos, Passos Coelho acha que “há necessidade de mudar” as políticas de inovação em Portugal. Por que motivo? Serão ineficazes?

Talvez o líder do PSD, que se parece propor a reinvenção da roda, não saiba o que está a ser feito em Portugal nesta área.

É que, segundo o European Innovation Scoreboard 2010 apresentado hoje, e “num ciclo de cinco anos, percebe-se que o esforço que tem vindo a ser feito permitiu a Portugal saltar sete posições (em 2006, estava classificado em 22.º lugar) e ficar agora a liderar o grupo dos "Inovadores Moderados", à frente de Espanha e de Itália”.

Quanto ao “estímulo à inovação de forma permanente” que tanto valoriza, pode ficar descansado, porque não só “Portugal é o país que mais cresceu em termos de despesas efectuadas em I&D em percentagem do PIB (estando agora já muito próximo da média europeia)”, como parte deste esforço é privado: a média anual de crescimento do investimento privado em I&D atinge os 27% (o investimento público cresce a uma média anual de 16%), tendo sido este o indicador que mais acelerado crescimento apresenta nestes 5 anos. Isto revela a confiança das empresas portuguesas, que estão cada vez mais predispostas a colaborar com outras empresas e a trabalhar num sistema de investigação e de financiamento que é caracterizado como “atractivo” e “excelente” [como se pode confirmar no country profile, página 44].

Mais uma vez, Passos Coelho fala do que não sabe.
    Contributo do Pedro T.

4 comentários :

Von disse...

Inovação era uma investigação à Parpública!

Portas e Travessas.sa disse...

Tudo resumido não diz nada.

Autentico banha da cobra

Song The Sangue disse...

nisso é semelhante a um gajo que tem nome de filósofo

Arki medos Só Krates?

uma coisa assi

Troca-Passos disse...

O Troca-Passos vem agora com a política do "chover no molhado". Fala das coisas como se elas não estivessem já postas em práctica e com frutos à vista !