quinta-feira, março 17, 2011

O mistério de dia 11

1. À hora de almoço de 11 de Março, estava o chefe do Governo reunido em Bruxelas com o seus pares, após o Ministro das Finanças ter anunciado ao país as novas medidas do PEC, ficámos a saber, pela voz autorizada de Miguel Relvas, porta-voz e secretário-geral do PSD, que:
"Tudo o que seja reforçar por parte do Governo o que atingirá os objectivos de reduzir a dívida e de reduzir o défice é sempre positivo. Quanto às medidas, está a decorrer um Conselho Europeu importante hoje e, portanto, o PSD só assumirá e anunciará publicamente a sua posição depois desse mesmo Conselho Europeu".
Os jornalistas insististiram: mas o Governo está a propor novamente medidas às quais o PSD se opôs nas negociações do OE/2011, relativas às deduções fiscais e às taxas do IVA.
Resposta de Miguel Relvas:
"Eu disse que quero saber o que o Conselho Europeu hoje vai decidir. Depois, naturalmente, com rigor, com sentido de responsabilidade, o PSD dirá publicamente aquela que é a sua posição. O PSD tem demonstrado e continuará a demonstrar que, sempre que existem problemas em Portugal, o PSD é solução e não é problema."
2. Ao fim da tarde, em Bruxelas, durante a reunião do Conselho Europeua, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu emitiram um comunicado conjunto sobre as medidas aí apresentadas pelo Governo português:
"We welcome and support the announced policy package. The authorities should address any need for further specification of measures, most notably with respect to labour markets, in the context of the National Reform and Stability Programmes to be presented in April. The present momentum should be maintained and the Portuguese authorities should ensure full implementation of all measures. The policy follow-up will be closely monitored by the European Commission, in liaison with the ECB, in the context of enhanced surveillance."
3. Terminado o Conselho Europeu, no qual o Governo apresentou medidas para a redução da despesa e do défice, e tendo Portugal recebido o apoio explícito das instituições europeias a esse plano, eis o que disse o líder do PSD:
"Com a autoridade que lhe advém da atitude responsável que sempre tem assumido e com a certeza de qual é o sentido que a defesa do interesse nacional exige, o PSD afirma, com total clareza e lealdade democrática,que o errado caminho em que no Governo pretende prosseguir não contará com o nosso apoio".
Pelo que será legítimo perguntar: o que se passou naquela tarde na São Caetano? Em que buraco negro despareceram as declarações iniciais de Miguel Relvas? Com que dados elaborou Passos Coelho a sua posição?

3 comentários :

Anónimo disse...

Cenas de uma peça de teatro.

baladupovo disse...

O que fazer Coelho ??
O que fazer???
Se não aprovas "ele" está a resolver a crise!
Se reprovas tornas-te o Pilatos que entrega o país à crucifixação.
Seja o que fizeres não vais sair bem da foto, Coelho.
Os teus inimigos internos olham cada vez mais com gula para o caldeirão onde te vão estufar!

O que fazer ????

O que fazer ????

Anónimo disse...

isto é que é trabalhar para o debate quinzenal!