terça-feira, março 15, 2011

Viagens na Minha Terra

    • João Galamba, A hipocrisia da direita portuguesa:

      (…) Quando Passos e Eduardo Catroga dizem que nada se passou que justifique este novo PEC e sugerem que estamos perante a prova definitiva de que o governo foi incompetente e de que não confia no OE e na execução orçamental, estão a faltar à verdade da Política de Verdade que dizem representar. O que se passou foi que, na sexta feira, houve uma reunião extraordinária do Eurogrupo, onde se definia parte do futuro da economia portuguesa e no qual havia um conjunto de países que se mostravam irredutíveis quanto à possibilidade de flexibilizar o fundo de estabilização. As medidas anunciadas não se devem a problemas com a execução orçamental, que é a aquela que o PSD conhece: todos os dados conhecidos são positivos. Em relação ao défice de 2011, não há qualquer buraco nas contas portuguesas, como se tem tentado dizer. Há riscos associados à subida dos custos das matérias primas, ao aumento dos custos de financiamento e há estimativas diferentes resultantes de visões mais ou menos optimistas sobre a evolução da economia portuguesa. Neste caso, as contas do governo apontavam para um défice de 4.6% do PIB em 2011; as do BCE e da Comissão um pouco superior. Em face disto, e para garantir que a zona euro acedia a parte das suas pretensões sobre a flexibilização do fundo de estabilidade, o governo português decidiu tomar medidas adicionais que equivalem a 0.8% do PIB. Já em relação às medidas para 2012 e 2013, não se percebe a surpresa: se o défice de 2011 for de 4.6%, como está e esteve sempre previsto, para chegar a 3% em 2012 e 2% em 2013 seriam sempre necessárias novas medidas de austeridade. Se o PSD não concorda com estas, cabe-lhe sugerir alternativas. Não pode é reagir como se não soubesse que 2012 e 2013 implicavam mais austeridade, pois não consta que o défice se reduza sozinho. Mais: no Parlamento, sobretudo na Comissão de Economia e na de Orçamento e Finanças, onde estas matérias têm sido discutidas, o PSD tem sistematicamente alinhado e defendido a narrativa da direita europeia sobre a crise.

      Para além de confrontar o PSD com o facto da sua posição ameaçar destruir o acordo de flexibilização do fundo de estabilização e empurrar Portugal para um modelo de intervenção à Grega ou à Irlandesa, está na hora de trazer a agenda do PPE para o debate político em Portugal e exigir que os seus representantes, CDS e PSD, assumam, de uma vez por todas, que são eles - e não o governo português - os principais responsáveis pela imposição de uma agenda de austeridade a Portugal. Enquanto tal não acontecer, pelo menos à direita, o debate político português continuará a assentar necessariamente numa farsa e numa hipocrisia.

    • Pedro Lains, The New Austerity:

      (…) All counterfactual scenarios are most probably worse. And in the end we may have higher savings rates, higher export growth, and lower dependence on foreign capital.

    • Tomás Vasques, O caminho está cada vez mais afunilado.:

      O primeiro-ministro fez uma declaração ao país. Muito clara. Explicou, no essencial, qual o principal objectivo do governo: evitar a ajuda externa. E porquê: as medidas exigidas pela ajuda externa penalizariam muito mais os portugueses. Clarificou o que estava em causa para 2011, redução da despesa do Estado, e para 2012-13: novas medidas para a redução do deficit para 3% e 2%, respectivamente. Explicou ainda porque tais medidas tinham de ser anunciadas na Cimeira de Bruxelas. Com esta declaração, José Sócrates deu o pontapé de saída para o debate eleitoral que parece estar próximo. As declarações dos opositores são sinal de desorientação: todos, desde José Manuel Pureza a Miguel Relvas, ou porque não perceberam ou porque não quiseram perceber, insistiram em confundir a redução da despesa para 2011 com as medidas anunciadas para 2012-13. António Capucho, na SicN, foi completamente desastroso quanto a esta distinção. A questão, agora, é a seguinte: quem toma a iniciativa de abrir uma crise política num momento tão sensível e de consequências imprevisíveis? Pedro Passos Coelho está com uma batata quente nas mãos: quer eleições antecipadas, mas teme-as. E com razão.

    • Ana Paula Fitas, Marcelo Rebelo de Sousa e Jorge Miranda - da diletância demagógica à seriedade política ou os extremos, afinal, não se tocam!
    • Ana Vidigal,
    Sempre que os camionistas "param"...
    • A. R.,
    Denúncia anónima 2
    • Carlos Barbosa de Oliveira,
    Papá, já posso ir ao pote?
    • Fátima Rolo Duarte,
    Manipulação a partir de reportagem em directo da SIC
    • Isabel Moreira,
    A direita com medo, a direita a salivar e O fenómeno “não me escutem” mas escutem-me por favor Juiz carlos Alexandre
    • João Pinto e Castro,
    Exercício de cálculo mental
    • Valupi,
    De facto, já basta destes infelizes
    • Vital Moreira,
    Um pouco mais de pudor sff

4 comentários :

Maria Rita disse...

Que Passos Coelho diga estas coisas, é normal...nos incompetentes...Mas um professor e já com mais de 70 anos como o DR.Catroga,demonstra que já está problemas "Faraónicos" de lucidez...

Conde do Tarrafal disse...

Se Sócrates,tivesse informado o Parlamento antes da Cimeira,quando lá chegasse,ninguem acreditava nas suas propostas,perante a reação da oposição em Portugal...Acho que Sócrates, demonstrou que é um politico inteligente.O Presidente Cavaco,com o seu discurso, passou-se para a oposição ,como tal foi colocado e bem por Sócrates,no mesmo plano dos partidos.Senhores da oposição (presidente incluido) dêm treguas à demagogia até à proxima cimeira,para a ajuda se poder concretizar.Vamos ver nestes dias quem quer o FMI em Portugal...

Ana Paula Fitas disse...

Obrigado pela referência sempre honrosa, Miguel.
Um abraço.

Rabino disse...

Paulinha, Como dizes coisas sempre interessantes,nada têns que agradecer, ao Miguel,mas a mim que te leio sempre... Por falar em ler... Já leram alguma coisa sobre o Nuclear,escrito por "Mirra" Amaral e Patrick Vieira, lá dos States? O silêncio dos inocentes impera...