Eduardo Catroga foi um personagem relativamente ausente da cena política desde o fim do cavaquismo até à chegada de Cavaco a Belém. A partir dessa altura, começou a ter intervenções públicas sempre que o seu patrono queria mandar recados públicos, sem arcar com custo de os assumir. A intensidade das aparições de Catroga torna-se, por isso, proporcional à vontade de intervenção política de Belém. Não espanta, por isso, que, falhada a maior operação cavaquista de ataque ao poder - o consulado da dra. Manuela -, Catroga tenha sido de novo chamado à ribalta para, no fundo, prosseguir a mesma luta por outros meios. O personagem tinha ainda a alegada vantagem de conferir alguma credibilidade à garotice que entretanto se instalara na São Caetano. E é assim que o vemos a tratar de PEC's, OE e, finalmente, de Programas de Governo.
O resultado prático foi o que se viu. No entanto, o desaparecimento político de Catroga não pode constituir o fim desta história. No fundo, querem-nos dizer que Catroga está "velhinho", com as implicações que isso por vezes acarreta, ou, como ele próprio confessou à TVI, que andava um pouco "acelerado". Arrumar Catroga como uma patologia seria cómodo, de facto.
Mas a verdade é que Catroga tentou cumprir, talvez de forma mais rude do que se esperava, a verdadeira agenda de um espectro político que tem utilizado o PSD como expressão partidária, mas cujo epicentro lhe é institucionalmente exterior.
E essa agenda resume-se sempre ao mesmo: tentar descredibilizar José Sócrates por todas as vias, excepto pela que seria normal, a luta política.
O resultado prático foi o que se viu. No entanto, o desaparecimento político de Catroga não pode constituir o fim desta história. No fundo, querem-nos dizer que Catroga está "velhinho", com as implicações que isso por vezes acarreta, ou, como ele próprio confessou à TVI, que andava um pouco "acelerado". Arrumar Catroga como uma patologia seria cómodo, de facto.
Mas a verdade é que Catroga tentou cumprir, talvez de forma mais rude do que se esperava, a verdadeira agenda de um espectro político que tem utilizado o PSD como expressão partidária, mas cujo epicentro lhe é institucionalmente exterior.
E essa agenda resume-se sempre ao mesmo: tentar descredibilizar José Sócrates por todas as vias, excepto pela que seria normal, a luta política.
[Excerto do relato da entrevista à TVI feito pelo Correio da Manha, 13 de Maio de 2011]
5 comentários :
Excelente post, João. É esse o ponto.
Creio que, no nosso país, em boa verdade, nem a democracia nem os democratas, em geral, se"passaram" de vez - Cavaco foi reeleito,portanto, "vitória" para a democracia (centro- direita), Sócrates esteve quase por um triz para não o ser, em 2009, mas o PSD "deu uma mãozinha" e, embora, demitido, Sócrates lá continua, até ao próximo dia 05/06, perspectivando-se a sua continuidade e uma nova vitória para a democracia ( centro- esquerda) por muito que doa a Louçã e Jerónimo, cidadãos por quem tenho grande estima democrática, mas em quem não confiaria, para já, a governação. Não que esta seja um "bicho de sete cabeças", mas lá que é um "puzzle" complicado isso é. Que o diga o PSD! Se fosse assim tão fácil, o PSD estaria agora, mesmo antes do dia 05/06, com a perspectiva de uma saborosa e substancial maioria absoluta. Lamentavelmente, a nossa democracia, "arrancada" ao antigo regime por militares descontentes, mas democratas e corajosos, apoiada por uma população que haveria de perder progressivamente o medo e a subserviência, continua a "enfermar" de uns tantos profetas da desgraça e do pessimismo, "viúvos" de Salazar e Caetano e outros que não "engolem"
facilmente a profunda erosão da intelectualidade clássica oca e vazia. Pode dizer-se que, decorridos 37 anos, Portugal, não tendo ainda "descoberto" o rumo adequado para o seu equilibrio financeiro público e para o desenvolvimento e crescimento económico e social desejáveis, atingiu a "idade adulta" democrática, a sua maior "aquisição", até hoje.
Convinha que o Cartroga explicasse a “alienação” do banco Totta durante o tempo em que foi ministro das finanças
Não se trata de uma pentelhice, de uma minudência.
Bem vistas as coisas, o Champalimaud “comprou” o totta pelo preço de um pentelho. Ou será pintelho?
Muito bem.
e ja agora, na esteira das historias do Totta,
tambem esclarecer o seu papel, serio tenho a certeza, na venda do BPA ao "BCP - opus day",
creio que contra Belmiro, esse tambem grande empreendedor, como se viu na oferta á PT,
BCP opus day, dizia, em que agora se arvora em profundo defensor contra o ataque do terrorismo socratico, pela via dos seus accionistas,
não, os finaciados pelas offshores de JGonçalves...
abraço
Enviar um comentário