É fácil perceber porquê: é que o volume destinado a bolsas de estudo cresceu mais de 70% nos últimos 6 anos - de cerca €95 milhões em 2005 para mais de €160 milhões em 2010 (para além do mais, o apoio do Estado não se esgota em bolsas: estende-se a cantinas, quartos, transportes, e até a bolsas Erasmus).
Quanto aos "cortes cegos", o mais provável é que o Nuno ignore que os critérios foram negociados em colaboração com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e o Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos, e depois de ouvidas as associações de estudantes. A conversa dos cortes cegos é a crítica mais preguiçosa.
Já agora, os cortes atingiram estudantes com agregados familiares detentores de patrimónios elevados que deixaram, justamente, de poder beneficiar de bolsa de estudo de acção social. E mesmo apesar dos terríveis cortes, as tais 64 mil bolsas atribuídas este ano estão ao nível das que eram pagas em 2004/2005 (66 mil).
Conclusão: há mais dinheiro para bolsas para um número semelhante de estudantes, o que significa que os recursos estão mais concentrados naqueles estudantes que mais necessitam do apoio público.
- Pedro T.
4 comentários :
O que pode faltar é uma forma de controlar as falcatruas.
Cada um de nós deverá conhecer ou já ouviu falar de casos escandalosos, de beneficiários filhos de familias com rendimentos acima da média (com casa, barcos de recreio, automóveis) mas que apenas declaram o salario mínimo.
É gente desta, sem escrúpulos que acabam por prejudicar os estudantes de familas realmente necessitadas!
E se aumentaram as bolsas foi muito bem feito e uma boa medida para os estudantes do país.
Mas deviam manter a comparação dos seis anos para todas as outras coisas... não é dizer o que é bom foi Sócrates e o que é mau já vinha ou foi a crise.
Entre o deve e o haver de coisas positivas e negativas o balanço é o que se conhece... extremamente negativo... até porque pouco adianta receber bolsa para estudar se depois o futuro é o desemprego.
E falo como ex-bolseiro.
A perspectiva é o desemprego...
Peloas contas mais pessimistas haverá uns 20% de desempregados entre os recem licenciados.
É grave? É gravíssimo.
Mas 20% de desemprego são 80% de emprego.
Poupem-me ao choradinho do emprego de caixa no Modelo-Pingo Doce e o caneco, pode ser?
Se em cada 5 recem licenciados 4 arranjam emprego parece-me a mim que a maioria arranja emprego.
Eu sei que quem está desempregado se está a cagar para estas contas de merda, mas o ex-bolseiro que vá dizer que o futuro é o desemprego para outro lado.
Os meus impostos serviram para lhe pagar a bolsa, fico MUITO contente com isso, sério, gosto de saber que o que pago de IRS serve para permitir que 60 e tal mil pessoas estudem.
E que desses 80% tenham emprego, uma esmagadora maioria.
Repito, a esmagadora maioria dos recem formados arranja emprego.
Se fossem 90% ficava mais contente, se fossem 100% ainda mais, não está em causa isso.
Não me venham é com choradinhos a pactuar com os que acham que o melhor é não estudar (depois não há gente para cavar a terra por 2 patacos e mulheres a dias baratas, é uma porra).
Em todas as profissoes há desempregados.Os competentes até os vão buscar as Universidades,e outros a pedido das entidades patronais são recomendados pelas proprias instituiçoes de ensino.Baixem as vossas expectativas empreguem-se e a oportunidade há-de chegar ou no Pais ou fora dele.O Estado não poder ser é guarda chuva para todos os licenciados.Isso acabou.
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