quinta-feira, maio 26, 2011

Quem defende o Estado social?

Pedro Passos Coelho anda a ver se o seu numerozinho hipócrita de preocupação com o Estado social passa. Há uns meses bradava contra a sua insustentabilidade; hoje, acusa o governo de o andar a destruir.

Ora vamos lá ver em números o dito “ataque”. Até 2007, os base de despesas sociais públicas da OCDE. Os de 2008 e 2009 são construídos a partir da despesa social pública em segurança social e em saúde (incluindo os subsistemas públicos de pensões (CGA) e despesas de saúde (ADSE)) disponíveis no Pordata.

Despesa social pública em Portugal (2000-2009)

Como se pode ver, as despesas sociais com segurança social e saúde aumentaram o seu peso no PIB em 2008 e 2009 (para 2010 todos os dados necessários não estão disponíveis, mas o valor não deve ser muito diferente de 2009) para valores historicamente nunca vistos. Mesmo que o crescimento dos valores da despesa fosse expectável, por efeito dos estabilizadores automáticos – e não o resultado de uma qualquer “derrapagem” na despesa -, nenhum governo pode ficar indiferente a esta escalada. A lei da Condição de Recursos implementada há uns meses foi a resposta do governo a esta situação. Concorde-se ou não com o impacto que a lei teve em cada uma das prestações sociais, esta foi a forma possível para fazer face ao aumento nunca visto das despesas sociais em Portugal.

Qualquer conversa sobre um suposto “ataque ao Estado social” que ignore estes números é oportunismo indecente, muito próprio da “política de verdade” a que o PSD já nos habituou.
    Pedro T.

3 comentários :

Anónimo disse...

Sim,só por má fé se pode dizer o contrário.Passos Coelho ou é ignorante ou mentiroso.

Tanto Mar disse...

É mentiroso e ignorante!!

Gonçalo disse...

Já se vê que fazem censura aos comentários. Até aos identificados...
Nada de inesperado.