- A maior parte dos portugueses não relaciona a ajuda da ‘troika' com o facto de o PEC IV ter sido chumbado. José Sócrates insiste porém nisso: se o PEC IV não tivesse sido chumbado não haveria necessidade de recorrer a auxílio externo. Onde se situa?
Muitas vezes concordo com o líder A ou com o líder B, independentemente de serem mais a esquerda ou mais a direita. Embora com algumas nuances, tendo a ter a mesma opinião do eng. José Sócrates. As minhas razões são técnicas e não políticas e nem sequer digo que se o PEC IV tivesse sido viabilizado não chegaríamos ao PEC V! O que sucede é que os alemães, bem como uma parte importante dos outros países, preocupados com o risco do contágio da má situação dos países periféricos - veja-se a evolução da Grécia e da Irlanda! - tinham aberto a oportunidade de outra ajuda, a dita flexibilização do Fundo. Ninguém negou que fosse uma ajuda mas era mais mitigada, havia a chance de um auxílio um pouco diferente. O medo do contágio abrira essa possibilidade. E a maior diferença para a situação actual é que os mercados continuariam, eventualmente, abertos. Com taxas altas, mas abertos. O facto de termos inviabilizado isso precipitou um corte sucessivo dos ‘ratings' da República e dos bancos e houve o pedido de assistência financeira. Ninguém de boa fé pode afirmar que a viabilização do PEC IV impediria a ‘troika' em Portugal, mas ganhar-se-ia algum tempo. E na crise que estamos a viver na Europa e no mundo, ganhar algum tempo poderia ser positivo.
Entendido: se dependesse de si não teria havido crise política em Portugal?
O grande marco é o da demissão do Governo e - não querendo fazer política porque não sou político - costumo dar o exemplo da Espanha que optou por não ir por esse caminho. Sim, julgo que não se devia ter inviabilizado o PEC IV.
2 comentários :
Trata-se de José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi?
Palavras para quê? este senhor deve ser um "feroz socialista".O Dr Ricardo Salgado disse o mesmo. Tudo o que vamos passar com a vinda do FMI,tem dois responsaveis:A crise internacional provocada pela direita e Passos Coelho,com o seu voto contra o Pec 4.
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