terça-feira, junho 21, 2011

Era uma vez o Ministério da Educação…



Nuno Crato é o escolhido de Passos Coelho para a educação. Será, porventura, o primeiro ministro que assume a pasta de um ministério que considera que devia desaparecer.

Crato ganhou fama na última década pela forma supostamente sofisticada como critica o estado da educação em Portugal. Por cá, basta ser especialista em Matemática, citar uns académicos americanos e os nomes de uns filósofos e pedagogos famosos para merecer a admiração de meio mundo mediático.

O problema é quando alguém leva a sério as trivialidades que Crato andou para aí a espalhar e as questiona no plano que elas merecem. Por isso, vale a pena ler estes dois textos, aqui e aqui.

Muitas oportunidades existirão para voltar a estes assuntos, enquanto Crato prepara a implosão da 5 de Outubro.
    Pedro T.

19 comentários :

Anónimo disse...

Educação?
Não passa de um Ministério Bandalho, isso sim! Alguma vez é educação aquilo que se passa nas nossas escolas públicas? O PS abandalhou TUDO!... Educação, Justiça, Segurança
Só espero é que o novo ministro meta a "educação" nos eixos, porque para bandalheira já chega!

Mas digam lá... não se respira já um ar mais puro???

Carrasco

Anónimo disse...

"Por cá, basta ser especialista em Matemática, citar uns académicos americanos e os nomes de uns filósofos e pedagogos famosos para merecer a admiração de meio mundo mediático." Sempre é melhor currículo do que escrever aventuras juvenis.

Anónimo disse...

Pois...ele n sabe escrever!

João Amaro Correia disse...

oh, que pena.

j

Anónimo disse...

Este blogue anda desorientado!

Anónimo disse...

Carrasco,tu deves ter a cabeça ao contrário.Bandalheira,dizes tu?Tu é que és um bandalho.Se houve evolução positiva foi na Educação.Basta citar uma das maiores medidas do governo Sócrates:A ESCOLA A TEMPO INTEIRO!!!!mais os computadores e,ainda o bom funcionamento de toda a rede escolar.Acabar com a bandalheira dos professores faltosos,as reformas aos 52 anos de idade e 32 de serviço.Vai bugiar!!!!

Anónimo disse...

O "ar mais puro" que o Carrasco fala é o cheiro a mãos no "pote" que anda no ar.

Bem educado disse...

Vai ser uma dura peleja: Nuno Crato contra a inércia do Ministério da Educação e a imbecilidade dos Sindicatos de Professores. Espero que Nuno Crato vença, mas não com uma vitória de Pirro. Com uma derrota de Pirro para a burocracia do "monstro", ou seja, uma vitória para a Educação, que finalmente começou a dar sinais de INEQUÍVOCA melhoria, com Maria de Lurdes Rodrigues, após dezassete anos consecutivos de Ministros PSD - entre 80 e 95! -, que desgraçaram o sector, e mais seis + três anos de absoluto marasmo (com Guterres e Durão/Santana/Portas).

Anónimo disse...

miguel ab, acabou a mama.

Anónimo disse...

Ó Bem educado, vai contar anedotas às criancinhas da primária!...
Se acreditas no que dizes, é porque não bates bem da mona.

Carrasco

Anónimo disse...

Eu acho que a campanha já acabou ou não notaram?

"é o fim da saúde e do estado social!" já não cola...

nsilveira disse...

nem todos podem ter o cv espetacular do dr. miguel abrantes, coitadinho do prof. crato, nunca escreveu no corporações. TEMOS TANTA PENA [do governo ter caido mas ainda manter este pasquim de blog].

Anónimo disse...

Pilar: ouvi dizer que o Abrantes não é doutor, mas arquitecto.

Anónimo disse...

Espero sinceramente que o Prof Crato ponha cobro a esta pouca vergonha Nacional, que é o Ministério da Deseducação. Graças aos vossos amiguinhos xuxas que por lá passaram, deixaram os pobres Portugueses a saber cada vez menos quando acabam a dita escolaridade obrigatória.
E ainda têm a lata de vir para aqui com um discurso do tipo "nós é que sabemos".
Façam como o vosso Querido Líder, andem como o caranguejo!

Anónimo disse...

Não, não, engenheiro.

Anacriontico disse...

Até a "tosca" da Pilar já vem para aqui cagar sentenças? Porque é que a "querida" não fica lá pelo seu sítio a postar baboseiras e a curtir as suas máguas de descasada frustrada? Em vez de "pequenas", faça mas é uma "grande" viagem e vá morrer longe.

Anacriontico disse...

Bem entendido, queria dizer "mágoas" em vez de "máguas". Mil perdões pela calinada.

Anónimo disse...

"Por cá, basta ser especialista em Matemática, citar uns académicos americanos e os nomes de uns filósofos e pedagogos famosos para merecer a admiração de meio mundo mediático." Sim, sabemos que vivemos na barbárie quando os media dão tempo de antena a um matemático que cita académicos.

Anónimo disse...

O "eduquês"

A palavra eduquês não foi cunhada por Nuno Crato, como muita gente pensa, mas pelo ministro da Educação Marçal Grilo, do governo socialista de António Guterres. O termo de Grilo referia-se criticamente ao jargão pomposo, mas vazio e incompreensível, com que certos pedagogos do dito ministério redigiam os seus relatórios. Uma “linguagem retorcida, falsamente académica e obtusa”, escreveu em 2007 sobre o eduquês o filósofo Desidério Murcho, que observava também isto: “Regra geral, quanto mais obscuro é um texto, mais o autor tem incompetências a esconder.” Até aqui, tudo bem.

Eis senão quando o genial Nuno Crato se apropria do termo de Marçal Grilo, fazendo dele título do livro Eduquês em Discurso Directo (Gradiva, 2006), mas conotando-o arbitrariamente com as doutrinas pedagógicas do chamado "facilitismo". Quando hoje se fala em eduquês, evoca-se a messiânica figura de Nuno Crato, o mais recente salvador da educação em Portugal. Crato sabia muito bem que todo o português medianamente sensato é alérgico ao facilitismo, mas sabia melhor ainda que ao abordar o assunto estava a acariciar uma zona erógena do público conservador, esse mesmo que coloca os filhinhos em escolas privadas, mas está sempre a dizer mal do ensino público, porque alegadamente lhe vai ao bolso. A jogada publicitária de Crato rendeu bem, como a sua carreira posterior exemplifica.

A crítica do facilitismo é pau para toda a obra, usado alternadamente e até simultaneamente com a crítica do insucesso escolar. Se há muitos chumbos, é a falência do sistema de ensino, se há poucos, é o cancro do facilitismo. Entre a falência e o cancro, o Ministério da Educação tem ainda cento e tal mil professores à perna, que não querem ser avaliados. Não os avaliar é irresponsabilidade (e facilitismo), avaliá-los é prepotência. Estás feito ao bife, Ministério.

Pelos sentimentos catastrofistas e irracionais que frequentemente desperta, a crítica do facilitismo é um argumento de eleição (e de eleições) contra a democratização do ensino, que é assim responsabilizada pela falta de educação que os pimpolhos levam de casa para a escola. A crítica do facilitismo do sistema iliba de responsabilidades o facilitismo das famílias e reconforta os contribuintes que fogem ao fisco.

A partir do livro do Crato foi a desbunda total, cada qual puxando a semântica para a sua brasa. O matemático Jorge Buescu, por exemplo, identificou no "eduquês" uma doutrina global, já não só portuguesa, mas mundial, abrangendo países da primeira linha, como a Grã-Bretanha. Essa doutrina global preconizaria, idiotamente, o “desaparecimento dos conteúdos” no ensino, o “esvaziamento do currículo”, em nome duma estúpida luta contra o “formalismo” do ensino. Segundo os depravados propagandistas do "eduquês" (explica Murcho), o formalismo consistiria, em “repetir sem compreender palavreados, fórmulas, factos, datas.” Ora a crítica do formalismo teria levado (segundo Murcho) os pedagogos do "eduquês" a preferirem os debates, as “exposições da treta” e os “teatrinhos de trazer por casa” à realização de testes e exames. O Murcho jura que sim.

Inevitavelmente, veio depois um pateta qualquer e disse que o "eduquês" se resumia afinal em decorar ideias “politicamente correctas”, parvoíces vagas e sem substância, como a ecologia e o anti-racismo. Veio outro imbecil e proclamou, convictamente, que o eduquês era “a política de educação da esquerda.” Não sei se já alguém descobriu que o inventor do eduquês foi José Sócrates ou o falecido Bin Laden. Aguardo desenvolvimentos.

Zé Barreto, 26 de junho de 2011