• Emídio Fernando, Ordem para despedir:
- ‘Enquanto o Governo hesita em assumir claramente que defende uma lei laboral mais flexível que facilite os despedimentos individuais, é bom recorrer ao pensamento do ministro Álvaro Santos Pereira que, entre tantas tutelas, é o máximo responsável pelo Emprego. Sem véus, sem tabus, e sem dúvidas, o actual ministro escrevia isto, em Dezembro de 2010 (já prevendo que iria haver um novo governo em breve).
"É mais do que evidente que uma das reformas que será levada a cabo nos próximos tempos é a reforma das leis laborais. E não, não estou a falar de somente de tornar os despedimentos mais baratos. Estou mesmo a pensar (oh heresia!) numa maior flexibilização dos despedimentos individuais. A verdade é que, para o bem ou para o mal, uma flexibilização das leis laborais é simplesmente inevitável, quer seja com este governo (se assim for forçado pelos nossos parceiros europeus), quer seja com o próximo governo (o mais provável)."
O artigo completo, com análise filosófica sobre os despedimentos, as medidas que devem ser tomadas e respetivas propostas, pode ser lido aqui: sem mitos, de facto.’
8 comentários :
Estou a ver, vamos ser depenados. Depois, sem tostão, escanzelados, seremos psotos no olho da rua com um pontapé no...
Este Alvaro não me vendia um carro!
Como se estimula a economia e se combate o desemprego que cresce, com a facilitação do despedimento?
"muitos dos países onde as leis laborais são menos rígidas (isto é, onde é mais fácil despedir trabalhadores individuais) são exactamente países que têm Estados Sociais fortes (p. ex, a Dinamarca ou o Canadá). "
Ou seja voçês estão contra isto?
E a favor disto?
"Portugal é um dos países da OCDE com maior incidência de trabalho precário"
Mas esses países têm estados sociais fortes PORQUE as leis laborais são menos rigidas??
Essa conclusão é abusiva enão apenas baseado na citação entre aspas!
No actual contexto facilitar o despedimento é ideológico, embora nos vendam isso como se de eficiência económica se tratasse.
As empresas contratam quando têm expectativas de vender mais e não pq posso despedir mais facilmente.
A dificuldade em reconhecer especificidades de cada pais no que toca á aplicação de regras destas é o que está em causa aqui. O Leitor acha portanto que o nosso tecido empresarial se comporta como o Canadiano ou Dinamarquês? Acha que é responsavel e produtivo como o dos dois paises que indica. O que o leva a crer que são as leis laborais que têm de mudar e não a mentalidade de quem deveria criar emprego neste pais e que apenas pensa no lucro momentaneo, nas rendas e no lucro fácil?
Não compare também o nosso tecido laboral com o destes paises : estamos a milhas de luz destes dois exemplos no que diz respeito á formação do trabalhador ( e portanto á sua maior mobilidade no mercado). Eventualmente a flexibilização das leis laborais poderá ser benéfica em paises com economias altamente produtivas e com uma classe trabalhadora muito bem preparada, o que não é o caso portugues. Por cá, a unica coisa que vai provocar é despedimento massivo de trabalhadores mais antigos e sua substituição por trabalhadores mais jovens , mais baratos e sem direitos. E esta é uma realidade que é impossivel contornar por teorias neo liberais de chacha como são as deste governo.
Ora aí está o Álvaro no seu melhor. Mistura tudo na batedeira e depois sai... asneira.
Se ele conseguir que Portugal seja socialmente idêntico à Dinamarca ou ao Canadá, não me faz grande confusão ter leis laborais mais flexíveis. O pior é que o Álvaro quer fazer isto na terra dos baixos salários e onde os direitos sociais são dos mais baixos.
Aplaudo e concordo plenamente com as análises e conclusões dos 2 anteriores comentadores...
São bem claros e "puseram o dedo na(s) ferida(s)...
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