- ‘José Sócrates anunciava os PEC pessoalmente, com o ministro das Finanças a seu lado: Passos Coelho manda o ministro apresentá-los e comenta-os à distância. Até mesmo do estrangeiro, como aconteceu desta vez. São duas atitudes que correspondem a estilos de governação diferentes e que revelam, no caso do atual chefe do Governo, a preocupação de se poupar o mais possível. Compreende-se. Este ritmo de más notícias desgasta qualquer um e veremos quanto tempo aguentará o ministro das Finanças, apesar do espírito de missão de que parece imbuído e da frieza com que vai indicando as diferentes etapas para o empobrecimento geral a que estamos condenados.
Pelas gravíssimas implicações que vai ter na vida de todos os cidadãos, o documento de estratégia orçamental 2011-2015 merecia a honra de duas presenças na conferência de imprensa em que foi apresentado na quarta-feira: as de Passos Coelho e Paulo Portas. Foram eles e não Vítor Gaspar que pediram os votos aos portugueses em junho. Foram eles e não Vítor Gaspar que protestaram contra o sistemático castigo fiscal, mas agora o aplicam sem dó nem piedade. Foram eles e não Vítor Gaspar que indicaram os cortes nas gorduras do Estado como panaceia redentora, parecendo saber exatamente o que fazer assim que chegassem ao poder, mas tardando agora em impor a correspondente dieta.’
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