sábado, outubro 15, 2011

Basicamente, um vigarista

• Nuno Saraiva, Rasgar o contrato de confiança:
    ‘(…) Nunca como no último ano e meio, o maior partido da oposição - agora no Governo -, co-autor do Orçamento em vigor, dispôs de tanta informação sobre as contas públicas nacionais que, por via da negociação com o programa da troika, foram auditadas como nunca antes tinha acontecido. Daí que invocar desconhecimento sobre a realidade e justificar as inverdades ditas em campanha eleitoral com um "desvio colossal" que surpreendeu as piores previsões é atirar areia para os olhos. A verdade verdadinha é que, à hora do telejornal de quinta-feira, Pedro Passos Coelhos rasgou o que ainda restava do contrato de confiança que estabeleceu com os eleitores na noite das últimas eleições legislativas.

    Sejamos pois claros. Não há, ninguém duvida, alternativa à austeridade e ao cumprimento rigoroso dos compromissos contraídos com os nossos credores internacionais. Mas haveria, seguramente, forma de não prosseguir o caminho trilhado por outros de enganar, mais uma vez, os portugueses. Conhecendo a realidade das contas públicas - e, excepção feita ao buraco da Madeira, não vale a pena negá-lo -, Pedro Passos Coelho não podia ter-se comprometido com aquilo que sabia não poder (ou não querer) cumprir. Ou seja, fazer da taxa social única principal bandeira de campanha, devidamente quantificada, e agora deixá-la cair é enganar as pessoas. Garantir que, se alguma vez tiver de aumentar impostos, só o fazer naqueles que incidem sobre o consumo e não sobre o trabalho e, na primeira oportunidade, taxar o subsídio de Natal é enganar as pessoas. Afirmar que é "um disparate" acabar com o 13.º e 14.º meses, e agora confiscar estes rendimentos aos funcionários públicos e pensionistas, não tem outro nome: é enganar as pessoas. E por aí fora.’

2 comentários :

Anónimo disse...

Aquele ar de sonso não engana ninguém. Em três meses esta gente já não se pode ouvir nem ver. Mentiras atrás de mentiras. Olhando as televisões e vendo as tristes figuras de Portas, Relvas e outros, rindo sarcásticamente só d´vontade de lançar vómitos sobre tão repugnantes figuras escolhidas democráticamente em eleções por eleitores sem sentido crítico. Algarvio

João das Regras disse...

Não há alternativa, diz o Saraiva? Bem, com outros líderes europeus e se não estivesse na Casa Branca uma fraude com pernas, a resposta seria outra. Mas já estou a divagar.
A alternativa a este OE horroroso é mesmo cumprir o acordo com a Troika, nada mais. Ir mais longe, como estes néscios querem ir, é que é criminoso; nem vale a pena falar das mentiras, que todos os partidos são pródigos nisso.