quarta-feira, outubro 19, 2011

O pai do monstro explica que a situação actual não se deve ao anterior Governo



Hoje é um dia dramático para o PSD e para o Governo. Já várias pessoas analisaram o puxão de orelhas do Presidente da República em relação às medidas previstas na proposta de Orçamento do Estado para 2012 e à condução política do processo (lembram-se que a semana passada o líder parlamentar do PSD dizia que o orçamento deveria ser apoiado pelo PS não só por necessidade nacional mas também por convicção?). As ondas de choque vão ser profundas e prolongadas.

Mas há mais. Disse hoje o Presidente da República no Congresso dos Economistas:
    "Em Maio de 2003 — há, portanto mais de 8 anos — escrevi, e cito:

      ‘Um país, mesmo que seja uma região num espaço monetário unificado, não pode endividar-se sem limites. No médio ou longo prazo, um défice continuado das contas externas acaba por manifestar-se sob a forma de aumento do prémio de risco, racionamento do crédito ou transferência de activos das mãos de nacionais para as mãos de estrangeiros, como aliás temos vindo a assistir em Portugal. O ajustamento torna-se assim inevitável, isto é, a despesa das famílias, das empresas e do Estado tem de ser contida. O ajustamento será tanto mais forte e penoso quanto mais o endividamento externo tenha sido encaminhado para expansão do consumo ou para investimentos de baixa rentabilidade. Portugal é hoje o exemplo de como o défice continuado das contas externas é uma restrição ao crescimento económico sustentável de um País, mesmo que ele faça parte de uma união monetária.’”
Ou seja, por muito que o spin do PSD tente passar a mensagem de que foi o anterior Governo que levou ao desequilíbrio, a verdade é que se há acusação a fazer-se não é a um primeiro-ministro ou a uma política, mas à evolução do país e à forma como não conseguimos adaptar-nos a estes tempos de globalização.

Também é curioso que o Presidente diga que "O risco de colapso do financiamento da economia tornou inevitável o estabelecimento do acordo da assistência financeira, formalizado pelo anterior Governo em Maio passado". Fica claro, muito claro, que o problema que levou ao pedido de apoio externo ia muito para além das contas públicas e teve o seu auge na situação dramática dos bancos portugueses.

20 comentários :

Francisco Clamote disse...

Finalmente, disse o óbvio.

Anónimo disse...

é o cavaco a lavar as mãos da merda que fez e a cadeira não parte.

Anónimo disse...

Pai do Monstro??? Olhe que está enganado... O pai é um baixote que anda a divertir-se a ajudar os refugiados... isso diz-lhe qualquer coisa???

VV

Anónimo disse...

O importante não são os dias negros do PSD, mas sim os muitos dias negros do país.

Anónimo disse...

O que é incrivel é que ninguem tenha dito isto antes.Refiro-me à questão dos bancos, que afinal precipitaram o pedido de ajuda após anos e anos a endividar as pessoas. O problema é que a politica portuguesa é feita de spin e os partidos,principalmente o PS, no qual me revejo, não tem uma politica de comunicação eficaz.

Anónimo disse...

Um esclarecimento... pequeno.. se o cavaco que entrou para o governo com uma divida publica de pouco menos de 60% do PIB e deixou o governo 10 anos depois com um divida publica de pouco mais de 60% do PIB é chamado de pai do monstro, o que se pode dizer do Sócrates que entrou para o governo com um divida publica a rondar esses mesmos 60% e deixou o governo com uma divida publica a tocar os 100% do PIB??????????????

Para o anónimo das 04:26 disse...

É muito simples, foi o Sr. Silva que aumentou os salários da FP numa percentagem nunca antes vista... regalias e afins, ADSE, e mais regalias...

Manter isso uns dois ou três anos não custa...

Em 1975 a divida pública era 10% em 1995 era de 50%...

Acabar com a agricultura e pescas e outras actividades... tem os seus custos a longo prazo.

Anónimo disse...

Anónimo das 4.26.00PM


E quando o Cavaco estava e deixou o governo havia a crise internacional de que agora todos falam mas que há uns meses atrás (Março 2001) ninguém parecia ver existir?

Vítor LP Marques disse...

Está dito, o Aníbal NÃO vai promulgar a Lei do Orçamento do Estado para 2012! Vai? Desculpem o entusiasmo!

Homem do Norte disse...

Anonimo das4:26. no debate politico nunca devemos perder de vista a seriedade. O Senhor foi politicamente desonesto quando comparou o defict de Sócrates com o de Cavaco,esquecendo-se do contexto. Para Cavaco, vinham todos os dias camioes de dinheiro da Europa.Porque razão a divida das empresas portuguesas hoje, é a é a maior da Europa? o que gerou esta divida? alem do obvio endividamento externo, gerou uma enorme baixa na receita de impostos a favor do estado. O endividamento dessas empresasjá ultrapassa os 250 mil milhoes de euros (147% do Pib)Foi com este quadro que Sócrates teve que governar nos ultimos 2 anos e em minoria.A ocultação do buraco da Madeira,o assalto do Bpn e o roubo no BBP tambem ajudaram ao defict e a direita a ir para o poder, com prestimosa ajuda do Bloco e Pcp.

Anónimo disse...

Claro que não, mas o PIB de 2010 é bem superior a 1995. A crise mundial é que fez a divida publica disparar de um dia para o outro?? A grande maioria do défice é o somatório de muitos erros políticos + buracos astronómicos nas empresas publicas + empurrar de despesas para o futuro (hospitais empresas, scut´s. Já agora não se esqueçam das medidas tomada para ganhar as eleições em 2009, tipo... aumento do FP´s e diminuição do iva entre outras coisas.

Miguel Abrantes disse...

O aumento dos funcionários públicos foi aprovado por unanimidade pelo Parlamento, quando o PSD era dirigido por Manuela Ferreira Leite.

Anónimo disse...

Caro homem do norte, se você ganha 10000 euros por mês consegue gastá los, mas se tiver o azar de passar a ganhar 1000 euros, estes têm de chegar. O importante era fazer obra, pois alguém pagaria... os Portugueses. Comparar épocas é falta de seriedade, mas dizer que o cavaco é o pai do monstro já é honesto (ele é de direita e tem tudo de mau). Sobre a divida privada, só lhe digo para se lembrar quando é que o crédito passou a ser a coisa mais fácil do mundo para os Portugueses. As condições não foram fáceis para o governos nos últimos 2 anos? claro que não, o pote estava vazio, mas tente lembrar se de quem o esvaziou, e já agora, mesmo antes de 2008 já muitos economista diziam que a meia desta década íamos ter problemas com encargos que tínhamos assumido para o futuro, e o que medidas tomaram os seus camaradas para minimizar esses impactos???

O rural disse...

Se não descobrirmos maneira de nos desenrascarmos, temos que começar a fazer umas romarias a Santa Comba à procura de alguem que nos ilumine o caminho.

Fernando Romano disse...

A tarefa principal neste momento é:

-Retirar do poder o bando que lá está, respeitando a Constituição. Sem apear o farsolas do PCoelho e seu jagunço político M.Relvas vamos ao fundo. Vai ser uma tragédia! Negociar com esta quadrilha é perder tempo e destruir o País. Eles vão vender a nossa economia, o próprio povo.

-José A. Seguro que meta bem na sua cabecinha: ou se demarca desde já deste Orçamento, anunciando votar contra (este não é o plano da troika), fazendo saltar para a praça pública as contradições internas deste governo) e obrigando o P.República a assumir uma decisão, ou estamos todos fritos, com o PCP e BE, enterrados até às orelhas, a desviar o povo para o faz-de-conta. E isto irá acabar à porrada. Vai vai!

-Exigir ao P.República que demita este Governo e que o PSD nomei outro P. Ministro, capaz de levar por diante uma aliança Patriótica e de Salvação Nacional. Os verdadeiros sociais democratas do PSD, se é que eles ainda existem livres e dispostos a dar o corpo às balas, são chamdos a dar o seu contributo. Já!

Juro que PCP e BE vão estar contra a demição deste governo. Eles estão entalados e dispostos a espetar o povo no caos.

A Assembleia da República, o sistema partidário português, encontrariam na demissão deste governo, JÁ, uma oportunidade de ouro para se regenerar e salvar Portugal.

Em novas eleições nem é bom pensar.

Uma só saída: demitir estes aldrabões, incompetentes, trafulhas, irresponsáveis. Nem que seja à chapada.

No próximo Conselho de Estado, os conselheiros devem gritar bem alto:

-Demitir este Governo!

É que PPCoelho e M.Relvas estão mesmo a pedir uma pisa das boas. Eles perderam a noção de democracia, povo, negociação, consensualismo.

Todos os membros dete Governo podiam ser ministros de Salazar. Todos!

E o PCP após aquela Madrugada bem tentou a golpada com os seus servidores.

Anónimo disse...

Reformas na Suíça com tecto máximo de 1700 euros
Na Suíça, ao contrário de Portugal, não há reformas de luxo. Para evitar a ruína da Segurança Social, o governo helvético fixou que o máximo que um suíço pode receber de reforma são 1700 euros. E assim, sobra dinheiro para distribuir pelas pensões mais baixas.

Von

Anónimo disse...

Por falar em -"todos os membros deste governo podiam ser ministros de Salazar"- onde andarão os ministros do CDS ? O Paulo, sabemos, passeia-se pelo mundo à nossa custa e foge do Orçamento como o Diabo da Cruz. "Se querem aumentar impostos não contam com o CDS para o Orçamento de Estado" dizia ele na discussão do OE 2010. Agora , depois de anunciado um assalto aos Funcionários Públicos de escala nunca vista neste país, Paulinho continua fazendo Turismo e manda os mensageiros dizer umas baboseiras a confirmar o apoio ao dito assalto com data marcada para Dezembro,primeiro round, e, segundo round a partir de Janeiro até ao KO final do país.

Ze Maria disse...

Falando futebolês, o homem "está-se a limpar". Depois de ter assinalado uma série de faltas ao contrário,prejudicado escandalosamente e ter feito vista grossa sempre para a equipe alaranjada, vem agora marcar um livre indirecto e a meio campo conta os que escandalosamente sempre beneficiou. Um dia os sociólogos e antropólogos hão-de teorizar a razão porque este senhor conseguiu dois mandatos como PR, o Passos Farófias é primeiro ministro e, já agora, o Bruno Paixão, arbitro internacional

Conde de Oeiras e Mq de Pombal disse...

Caramba, falou e disse, Fernando Romano.


Apoiadíssimo!


Ass.: um Pai de dois Filhos, muito preocupado.

Anónimo disse...

Aníbal Cavaco Silva, talvez vítima da sua má consciência, decidiu agora sacudir a agua do capote, mais uma vez vai tentar passar no intervalo dos pingos de chuva. Após a última intervenção do FMI em Portugal, Cavaco Silva foi o Primeiro-ministro com mais condições politicas para traçar um rumo económico para o nosso País e o resultado desse paradigma de desenvolvimento foi o que nos trouxe a este ponto. Um pais sem industria, agricultura e somente prestador de serviços.
Cavaco além de pai do monstro, foi ainda o construtor do buraco onde ele habita.