segunda-feira, outubro 24, 2011

Palma, o conciliador: “todos sintam que estão a remar para o mesmo lado”



Ninguém estará esquecido do calvário por que passou Sócrates por ter reduzido 15 dias das férias judiciais ou por ter abolido o subsistema de saúde da justiça, integrando-o na ADSE. António Cluny, então presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, chegou a deslocar-se a Genebra — sem haver sinal de ter sido recebido — para falar com o “Relator Especial das Nações Unidas”. Depois, João Palma, que já fazia parte da direcção do sindicato, substituiu Cluny, aprofundando a contestação a qualquer medida de racionalização na área da justiça.

Longe vão esses tempos. Temos agora um João Palma muito compreensivo para com as dificuldades do país. No artigo da semana passada no Correio da Manha, aceita as medidas do Orçamento do Estado mais iníquo de que há memória, desde que a sua aprovação seja acompanhada de etéreos combates pela seriedade, pela credibilidade, pelo respeito e pela confiança dos cidadãos. No artigo hoje publicado, no meio de meia dúzia de lugares-comuns, desfoca a luta contra o Orçamento do Estado mais iníquo de que há memória, fazendo propostas líricas após a descoberta de que estamos dependentes da Europa: “Saber fazer nascer um movimento de fundo em que todos sintam que estão a remar para o mesmo lado, este é o grande desafio, lá e cá.”

Porque é que Palma não experimenta convocar uma assembleia geral do sindicato e pergunta aos associados que diz representar se eles sentem que “estão a remar para o mesmo lado”… do Governo?

1 comentário :

Utópico disse...

Desde que ninguém se lembre de mexer no subsídio de alojamento dos juízes está tudo bem, senão....

está o caldo entornado.