domingo, novembro 27, 2011

Da estratégia suicida de Merkel à ignorância de Passos (nas palavras de Cavaco)

• Pedro Marques Lopes, A minha greve:
    ‘As minhas preocupações são outras. São as que advêm de me sentir governado por pessoas que aparentemente ignoram que estão a destruir um modo de vida, uma economia, as poucas boas empresas, em troca duma quimera; que são os maiores aliados da estratégia suicida da Sra. Merkel; que pensam que atirando para a miséria e o desemprego milhares e milhares dos seus concidadãos alcançarão o que quer que seja; que falam de taxas de juro, de eficiência e de mercados como se fossem fins em si mesmos, esquecendo que estes dados têm de ser apenas meios ao serviço da comunidade; que trocam os princípios reformadores por revoluções inconsequentes.

    (…)

    O conflito institucional entre o Presidente da República e o primeiro-ministro promete atingir níveis insustentáveis. Na última sexta-feira, a propósito da hipótese de o BCE poder assumir o papel de credor de último recurso na Zona Euro, Cavaco Silva disse que "só quem revela algum desconhecimento é que receia que na situação actual possam resultar dessas intervenções perigos de inflação". Apelos constantes à concertação social, à justa repartição dos sacrifícios e ao necessário equilíbrio de austeridade com crescimento são uma coisa, outra é o Presidente da República apelidar indirectamente o primeiro-ministro de ignorante.

    Não é fácil prever os próximos episódios deste conflito, mas não vai ser um espectáculo agradável.’

4 comentários :

Anónimo disse...

A questão é porque está cavaco a tentar meter de lá para fora aqueles que tanto batalhou para que fossem lá colocados?

Teófilo M. disse...

Se não está contente com a escolha que fez que a remende...

Anónimo disse...

Resposta ao anónimo das 11:23.
PARA IR PARA LÁ ELE (não percebo porque é que ainda não perceberam isto há mais tempo). O sonho do Cavaco é ser ele a comandar o navio... E isto não é de agora...

Anónimo disse...

Não sejam simplórios. Cavaco está preocupado consigo próprio, claro, e não está mesmo nada contente com o resultado da sua estratégia maximalista para derrubar Sócrates.

Sente que contribuíu decisivamente para entregar o Governo a um bando de desmiolados e não quer de todo ficar responsável por esses passos fatais.

Mas duvido que seja apenas a ambição de Poder que o mova. Alguma será também, mas a meu ver sobrepõe-se a noção lúcida de que se foi longe demais e que o nível do jogo alcançou um patamar de irresponsabilidade cujo desfecho é totalmente imprevisível e de cujas consequências o PR ficará sempre na História como o maior dos culpados!

Resumindo, Cavaco não suportaria que um simples Coelho acertasse onde ele falhou, mas suporta ainda menos ficar na História como o coveiro da Democracia portuguesa.

Afinal de contas, o homem tem é medo de não ter ninguém no seu funeral...