segunda-feira, novembro 28, 2011

Então, o que nos resta agora?

• Nouriel Roubini, A queda da Zona Euro:
    'Então, o que nos resta agora?

    A reflação [estimular a economia através do aumento do suprimento de moeda ou reduzindo taxas, é o oposto de deflação] simétrica é a melhor opção para restaurar a competitividade e o crescimento na periferia da Zona Euro, ao mesmo tempo que se levam a cabo as necessárias medidas de austeridade e reformas estruturais. Isto implica uma significativa flexibilização da política monetária por parte do BCE; provisão de apoio ilimitado de credor de último recurso a economias ilíquidas mas potencialmente solventes; uma forte depreciação do euro, o que poderá transformar os défices das contas correntes em excedentes; e estímulos orçamentais nos países do núcleo se a periferia for obrigada à austeridade.

    Lamentavelmente, a Alemanha e o BCE opõem-se a esta opção, devido à perspectiva de uma dose temporária de inflação modestamente mais elevada nos países do núcleo da Zona Euro face à periferia.

    O amargo medicamento que a Alemanha e o BCE querem impor à periferia – a segunda opção – é a deflação recessiva: austeridade orçamental; reformas estruturais visando impulsionar o crescimento da produtividade e reduzir os custos unitários do trabalho; e uma depreciação real, através do ajuste de preços, por oposição ao ajuste da taxa de câmbio nominal.

    Os problemas com esta opção são imensos. A austeridade orçamental, se bem que necessária, significa uma recessão mais profunda no curto prazo. Mesmo as reformas estruturais reduzem a produção no curto prazo, porque é algo que exige que se despeçam trabalhadores, que se encerrem empresas que estão a dar prejuízos e que seja feita uma realocação gradual da mão-de-obra e do capital em novas indústrias emergentes. Assim, para evitar uma espiral de recessão ainda mais profunda, a periferia precisa de uma depreciação real para melhorar o seu défice externo. Mas mesmo que os preços e salários caiam 30% nos próximos anos, o valor real da dívida aumentará fortemente, agravando a insolvência dos governos e dos devedores privados.'

2 comentários :

sepol disse...

Para mal dos nossos pecados,
O euro tem os dias contados!

Anónimo disse...

Esse Roubini não percebe nada.

É só perguntar ao Medina Carreira, João Duque e Mário Crespo como funciona a macro economia. eles é que são os verdadeiros mestres.