- ‘(...) A crise da dívida soberana indica que há uma dívida do soberano e, como é evidente, em democracia, uma das prerrogativas do soberano é decidir, nomeadamente decidir não pagar. Ora, a curta história das democracias liberais ensina-nos que nunca foi possível sustentar liberdades em contextos de degradação sistemática das condições materiais, baseados numa punição, ainda mais de contornos morais, imposta desde fora. O que a Europa tem feito à Grécia só pode acabar mal, resta saber quando e como é que vai acabar (…).
Mas se os limites aos sacrifícios em democracia não são surpresa, não deixa de causar estranheza que uma economia que representa apenas 2% da zona euro possa colocar em risco toda a economia europeia. Quando isso acontece, é porque o problema não é apenas grego, português, irlandês e agora italiano, mas, sim, estrutural. E um problema estrutural não se resolve com o conjunto de analgésicos prescritos na cimeira. (…)’
1 comentário :
Este governo deveria entender que um povo, depois de arrancada a venda que lhe punham nos olhos, nunca mais volta a coloca-la. Por mais que queiram, recuar aos tempos de Salazar será impossivel.
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