sábado, novembro 12, 2011

O crescente isolamento do Governo

• Manuela Ferreira Leite, A importância dos argumentos:
    ‘(…) o argumento de que a redução de salários na administração pública é um mal menor quando comparado com a possibilidade de despedimento, ou a de que os vencimentos da função pública são, em média, superiores aos do sector privado — o que não é verdade —, ou sugerindo que se poderiam dispensar dezenas de milhares de funcionários públicos ou baixar-lhes os vencimentos sem consequências para as populações é arrasador para a imagem e para a percepção do valor do contributo dos funcionários públicos.

    Temos de ter presente que estamos a falar, por exemplo, de médicos, enfermeiros, professores de todos os graus de ensino, educadores de infância, juízes, forças de segurança, sectores em relação aos quais, quase diariamente, as populações reclamam por mais e melhores serviços.

    A desqualificação e desmotivação destes sectores da administração pública tem um valor económico difícil de avaliar, embora se saiba que a sua insuficiência ou ineficácia afetam gravemente o desenvolvimento económico e social do país.

    Receio, por isso, que o dano causado na opinião pública pelos argumentos apresentados seja superior ao causado pela própria medida [a eliminação dos subsídios de férias e de Natal].’

8 comentários :

Anónimo disse...

Até tu Manela!

Anónimo disse...

Ainda te vou ver a pedir desculpa ao Socras.

Anónimo disse...

O PS, neste seu novo look patético, permite que seja
a própria MF Leite a dar voz ao descontentamento!

Anónimo disse...

Quem diria que eu ainda ia ver a dona Manela a defender o funcionarismo público...

Anónimo disse...

Sim meus caros, até a Manela. Sinal de que o governo que nos desgoverna bateu mesmo no fundo.

Júlio de Matos disse...

C'um canário: BRAVO, MANUELA!

Assim, até eu terei de te pedir desculpa, se chegares ao ponto culminante de pedires desculpa a José Sócrates e, por conseguinte, a todos o PORTUGUESES que ajudaste a levar ao engano!! Continua a dar às botas, que a glória te aguarda...

Júlio de Matos disse...

Pena é que a Autora apenas esteja preocupada com o "valor económico difícil de avaliar" dos argumentos que sustentam a medida, face ao específico da própria medida.

Eu como Cidadão e Pai, em contrapartida, estou ainda mais consternado com as CONSEQUÊNCIAS MORAIS da referida argumentação: um verdadeiro "torpedo nuclear" lançado para o espaço de discussão pública e activado para, quando menos se esperar, pulverizar o que resta da coesão nacional! Essa é que deverá ser a grande preocupação do Presidente da República. E de todos os que se reclamem de uma postura de Estado na vida política (conta-se pelos dedos de uma mão aleijada, infelizmente...).


Se Belém precisar de um esquiço, talvez a cores berrantes, fá-lo-ei até de borla.

Júlio de Matos disse...

(...) manifesta sonoras reservas (em Artigo publicado no «Expresso» - procurar também em www.corporacoes.blogspot.com) à retenção de dois meses inteiros de salário a todos os Funcionários Públicos!


Pena que a sua brilhante argumentação apenas esteja centrada no contraproducente "valor económico de difícil avaliação" de uma MEDIDA CATASTRÓFICA para a unidade nacional, pois que irá fazer dos Servidores do Estado, aos olhos da Nação, os MAIORES CULPADOS pelas más decisões governativas talvez DOS ÚLTIMOS TRINTA E CINCO ANOS e, por outro lado, irá atirar para os trabalhadores do sector privado, aos olhos dos Funcionários Públicos, o odioso ÓNUS DE NÃO ESTAREM A CONTRIBUIR TÃO DESESPERADAMENTE para a (suposta) salvação da Pátria, tornando-os por consequência MENOS DIGNOS de posteriormente usufruírem dos benefícios e dos encómios daí decorrentes!


Ou seja, para quem veja mais além do que meras questões de trocos, de merceeiros de lápis atrás da orelha, de contabilistas, ou até de pintelhos - se preferirem a linguagem catrogal -, esta desastrosa medida, que se vai tornar emblemática, no pior sentido possível, do Orçamento de 2012, TEM IMPACTES MORAIS NA SOCIEDADE PORTUGUESA capazes de provocarem danos muito piores do que os seus eventuais efeitos económicos negativos, pois que molestam direta e violentamente o cerne, isto é, o CORAÇÃO da própria COESÃO SOCIAL!


E são este tipo de questões, estratégicas e não apenas conjunturais e epidérmicas, que deveriam ocupar as meninges de todos os que se reclamem de uma postura de Estado na vida política - mas onde estão eles? -, a COMEÇAR PELO SENHOR, OU SUA EXCELÊNCIA (logo saberemos...), O PRESIDENTE DA REPÚBLICA!


O Dr. Riu Rio já fez um desenho, enfim, um rascunho, ainda a "preto-e-branco". Será preciso, para que esta evidência se perceba, desenhar um grande cartaz em CORES BERRANTES?


Antes que seja... TARDE DEMAIS?