- • Irene Pimentel, Ao Ministro da Educação, Professor Doutor Nuno Crato: o que tem o senhor contra as Novas Oportunidades?:
‘Eu sei que, tal como eu e uma minoria de privilegiados, o senhor teve todas as oportunidades, incluindo durante as ditadura de Salazar e Caetano, para vir a fazer parte da elite do regime. Felizmente, tal como eu, teve oportunidade de assistir ao fim do regime ditatorial e fazer parte da elite do regime democrático. Agora o senhor é ministro de um governo liderado por jovens da Direita política, cuja mobilidade ascensional social, como a da generalidade dos portugueses, mas ao contrário da sua, foi possibilitada (e bem) pela democratização social, política e económica proporcionada pelo Estado social dos últimos 36 anos.
Esperar-se-ia que essa possibilidade de mobilidade social ascensional da qual os jovens governantes e elementos da actual elite beneficiaram fosse agora retribuída, aprofundada, alargada progressivamente a mais pessoas e deixada em herança aos que vêm depois de nós. O que se verifica, porém, é algo de muito diverso. Através de uma política de empobrecimento geral dos portugueses – descontando como sempre uma minoria – e do desmantelamento do Estado social, da Escola Pública e do Serviço Nacional de Saúde que estão a ter lugar em Portugal (mesmo para além da Troika), vê-se que quem hoje governa em Portugal e já beneficiou da democratização social, económica e política considera que esse bem seja um privilégio apenas detido por aqueles que já o têm. (…)’
• Hugo Mendes, Já não é só o Estado; o objectivo do Governo é ter um "país enxuto":
‘(…) Confesso que não vejo o motivo para tanto escândalo. A proposta de Passos Coelho para um país com menos desempregados limita-se a copiar a lógica usada para garantir os melhores resultados e a maior eficiência tantas vezes exibida pelos serviços privados na área da educação ou da saúde, por comparação ao sector público: encontrar uma forma de evitar os alunos difíceis e os doentes com doenças complicadas e chutá-los para o sector público. O resultado é conhecido: o privado fica com os casos mais fáceis e "baratos", e brilha nos rankings; o público, por não poder, em princípio, rejeitar ninguém, fica com os casos mais complicados e mais dispendiosos, o que não pode deixar de se reflectir nos custos e na "qualidade" do serviço.
Grande parte do "segredo" da eficiência e qualidade do sector privado depende, por isso, deste processo de skimming. Passos Coelho não propõe, para o país, algo de muito diferente: se o país se vir livre dos casos difíceis, os níveis de eficiência no uso dos recursos (humanos) serão mais elevados; é só preciso que um qualquer Estado acolha os excedentários.’
• Alexandre Rosa, Presidente deve explicação ao País
• Ana Vidigal, Ele é cobre, ourivesárias, pastelarias, dinheiro debaixo do colchão, arrecadas de idosas, caixas multibanco arrancadas a retroescavadora, facadas e lâminas no pescoço...E tu Portas, sim tu Paulinho, estás no estrangeiro?
• Carlos Barbosa de Oliveira, Prémios Escorpião de Ouro 2011 1 e 2
• Eduardo Pitta, A LEI CRISTAS
• Francisco Clamote, Foi chão que deu uvas
• Francisco Seixas da Costa, Presidências rotativas
• João Lopes, O cinema português em Hollywood
• José Albergaria, Para o ano, não haverá desculpas e, por certo, perdão
• José Medeiros Ferreira, Esta lei do arrendamento urbano...
• Luís Paixão Martins, Uma nota positiva para fechar o ano
• Miguel Marujo, Em final de ano, lições sobre produtividade
• Nuno Serra, Sinais dos tempos (I)
• Porfírio Silva, e que é que Cristo tem a ver com isto?
• Tiago Barbosa Ribeiro, Os anos da contra-reforma
• Val, Era tudo tão evidente
2 comentários :
Os senhores precisam de idiotas que se sujeitem a salários baixíssimos para trabalhar nas suas fábricas. Está a faltar mão-de-obra.
Mão de obra é o que não falta, o que está a faltar é salário digno que corresponda ao esforço dispendido todos os dias a " dar no batente".
Todos falam da flexibilidade do mercado laboral nórdico, e é um facto que aquele é mais flexivel que o nosso, mas curiosamente omitem os valores que se pagam aos trabalhadores nórdicos, mesmo aos menos qualificados.
Todos falam de como as sociedades nórdicas têm um alto valor de produtividade e que os nossos trabalhadores têm de mostrar mais empenho como aqueles trabalhadores mostram, mas francamente que empenho se pode esperar de trabalhadores que ganham 480 euros por mês que por vezes nem para pagar uma renda chega?
Culpa-se os trabalhadores disto e daquilo mas o facto é que na sua generalidade os trabalhadores portugueses fazem o que se lhes pede, quando se lhes pede e com um minimo de qualidade possivel ( e que tantas vezes nem sequer depende deles ).
Agora não esperem é milagres quando o trabalhador está mais preocupado em como vai pagar o infantário dos filhos no fim do mês do que com o trabalho propriamente dito.
E mais : se não estão os patrões a vender como deviam ( e assim se desculpam para mandar mais uns trabalhadores embora e penalizar os que ficam com mais carga horária) talvez fosse bom reflectirem sobre o que andam a pagar aos vossos trabalhadores e se é suficiente para consumirem os produtos que vocês produzem...
Enviar um comentário