quarta-feira, fevereiro 08, 2012
“Queriam defendê-lo”, mas “depois calaram-se”
Depois das declarações feitas no Maputo de que dera ordens à Lusa, depois de puxar pela arreata o Prós e Contras para Luanda, depois de Pedro Rosa Mendes o ter acusado de ter sido duplamente saneado (primeiro, da delegação de Paris da Lusa; depois, da RDP), é provável que o ministro da propaganda estivesse mesmo a precisar de retocar a imagem.
A dúvida é saber se a reportagem (?) na última edição da revista Sábado cumpriu essa função. Aparentemente, o propósito era o de transmitir a ideia de que o controlo da comunicação social por parte de Miguel Relvas só acontece porque o ministro da propaganda é uma pessoa de afectos, a que seria difícil resistir. O problema está em que a testemunha de defesa arrolada para justificar a “política dos afectos” é o Francisco Almeida Leite (o FAL), esse activista da secção laranja do DN, que, segundo a revista, até convidou o ministro para o seu casamento: “era dos mais distendidos no contacto com os jornalistas”, diz o FAL. Poucochinho para retocar a imagem de Relvas.
Mas, atenção, nem é tempo perdido a leitura do texto da Sábado. Logo a abrir, temos Relvas a destratar Paulo Portas e Francisco José Viegas, que ousaram questionar o saneamento de Pedro Rosa Mendes da delegação de Paris da Lusa — “Queriam defendê-lo”, mas “depois calaram-se” face aos argumentos do ministro da propaganda. Imagine-se que esta cena, contada por um governante sobre outros dois, tinha acontecido com o governo anterior.
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2 comentários :
o amadorismo e o sectarismo desta gente não tem limites.
No tempo de Socrates, escandalos destes tinham dado demissão de ministros.
Hoje?Não passa nada...
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