domingo, março 18, 2012

'Que "pacto para o crescimento"?'

Teresa de Sousa, Hollande e a nova fase do debate europeu [hoje no Público]:
    ‘Que "pacto para o crescimento"? Numa entrevista à revista alemã Der Spiegel (12 de Março), o candidato socialista diz que gostaria de ver a Alemanha prosseguir uma política económica mais expansionista (ideia difícil de vender do outro lado do Reno), mas a sua convicção é que é a nível europeu que será possível encontrar alguns instrumentos que ajudem a fomentar o crescimento. "Não quero eurobonds que sirvam para mutualizar a dívida dos países da zona euro. Isso pode funcionar, mas apenas no longo prazo". "Quero eurobonds para financiar investimentos [transeuropeus] em projecto que ajudem ao crescimento". O seu principal conselheiro político, Michel Sapin, resume as coisas de uma forma simples: "Se queremos ser credíveis perante os mercados, temos de ter uma perspectiva de crescimento. E o único nível com capacidade para financiar uma política de crescimento é o europeu". Mario Monti não diria diferente, apesar de não ser socialista. Ou mesmo Mariano Rajoy.

    Ontem, em Paris, Hollande precisou as suas intenções, comprometendo-se com uma renegociação do tratado que inclua uma taxa sobre as transacções financeiras (uma das condições do SPD alemão) e project bonds que ajudem a financiar projectos europeus nos sectores da energia, das infra-estruturas, da educação e do desenvolvimento urbano. O que disse sobre a Europa que defenderá não foi essencialmente diferente do que muita gente dizia há bem pouco tempo. Que é preciso mudar o papel do BCE, dando-lhe um mandato mais amplo que inclua (como a Reserva Federal) o crescimento da economia. Que é preciso reforçar a capacidade financeira do Mecanismo Europeu de Estabilização (o sucessor do actual fundo de resgate)’
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