quinta-feira, março 15, 2012

Segurança & Silicone

Rui Pereira, Segurança & Silicone:
    ‘(…) nem sempre as restrições à liberdade (ou a outros direitos conexos, como a privacidade e a reserva da vida privada) são tão triviais. Para evitar que os terroristas se sirvam do próprio corpo para transportar explosivos – como sucede muito frequentemente com a droga –, a União Europeia e os Estados Unidos da América discutem, desde há cerca de quatro anos, a possibilidade de introduzir scanners corporais em aeroportos. O problema é que os scanners conseguirão mostrar pormenores tão íntimos como os implantes de silicone ou os órgãos sexuais.

    Tudo isto evidencia que nem a segurança, nem a liberdade nem a intimidade constituem valores absolutos. Nas sociedades democráticas, globalizadas e de risco em que vivemos, estamos obrigados a fazer compromissos que nos permitam harmonizar os direitos em conflito sem pôr em causa o seu conteúdo essencial, tal como prescreve o nº 3 do artigo 18º da Constituição. Neste caso, só poderemos dizer "sim aos scanners" se forem preservadas a saúde e a intimidade. De contrário, deveremos continuar a enfrentar de outro modo as ameaças do terrorismo.’

1 comentário :

Anónimo disse...

Sistemas que violam a privacidade em nome de uma eficácia muito questionável. Ver a este propósito um vídeo recente: https://tsaoutofourpants.wordpress.com/2012/03/06/1b-of-nude-body-scanners-made-worthless-by-blog-how-anyone-can-get-anything-past-the-tsas-nude-body-scanners/