terça-feira, abril 03, 2012

Se há muito desemprego - cada vez mais -, se as pessoas morrem por falta de cuidados de saúde ou mesmo à fome, os dirigentes neoliberais encolhem os ombros e pensam, para eles: "Pois que morram, é a seleção natural..."

Mário Soares, As crises do capitalismo:
    Um tratado que os socialistas não podem ratificar

    No início de março, numa daquelas cimeiras europeias, que não serviram nem servem para nada, a chanceler Merkel e o Presidente Sarkozy, quando já todos os intervenientes davam sinais de cansaço, resolveram apresentar um texto à sua consideração, intitulado "Tratado para a Estabilidade, Coordenação e Governação da União Económica e Monetária". Os líderes europeus presentes aprovaram-no, com as exceções do Reino Unido e da República Checa, como os leitores se devem lembrar. Pouca gente terá lido o texto que deve ser agora ratificado pelos Parlamentos nacionais.

    Entretanto, foi rejeitado - o que pela primeira vez aconteceu - pela Confederação Europeia dos Sindicatos. O que é muito significativo. Na verdade, o texto do dito tratado prejudica a alternância política da União e contradiz textos estruturantes da construção europeia. Inviabiliza, por exemplo, a Europa social e os Estados sociais de cada um dos Estados membros. Não passou pelo Parlamento Europeu, como devia. Falta tão-só que seja ratificado pelos Parlamentos nacionais, o que poderá ocorrer entre 13 e 14 do corrente mês. Uma vergonha!

    O deputado socialista João Galamba, que segue à lupa estas questões, de que é especialista, foi quem chamou a minha atenção para o perigo em que incorrem os Estados nacionais se vierem a ratificar o tratado. Não o devem fazer. Inclusivamente dada a circunstância de pôr em causa a separação dos poderes - teoria vigente desde Montesquieu -, dado que o tratado confunde a soberania orçamental com a judicial.

    Há rumores de que o Governo português quer que o nosso Parlamento ratifique, quanto antes, o tratado para continuar a ser "o melhor aluno da senhora Merkel". Espero que reflita e arrepie caminho, para bem dos portugueses mais desfavorecidos - trabalhadores e desempregados -, que são quem mais necessita, como pão para a boca, que não se destrua o Estado social, bem como a classe média, em vias de rápido empobrecimento.

    François Hollande e os sociais-democratas alemães já disseram que é indispensável não ratificar o tratado. É óbvio que os partidos socialistas europeus devem seguir o seu exemplo.’

3 comentários :

Anónimo disse...

Espero que o Seguro não arranje (mais) uma desculpa para alinhar com os stooges.
Alem de se dizer socialista não é nada parecido com o Iggy Pop.

Anónimo disse...

Parece que os tiques salazarentos tomaram de assalto a política de moderação deste blogue. Fiz um comentário e o mesmo foi censurado. Uma coincidência certamente em relação ao que acontece em relação aos comentários incómodos nos posts do deputado João Galamba no Jugular

Anónimo disse...

Anonimo das 07:54

Esteja descansado que não é só a si que esta gente faz censura tudo o que diga a verdade sobre um certo foragido em França ou afins o lápis azul tal como já fez entre 2005 a 2011 continua o seu trabalho de corte aliás não é novidade nenhuma.