terça-feira, abril 03, 2012

“Pedro Mota Soares, já há tempo que vem falando nisto, sempre com o ar de cruzado fervoroso que o caracteriza”

José Vítor Malheiros, Roubar aos pobres para dar aos pobres [hoje no Público]:
    ‘O Governo anunciou que vai começar a fazer um esforço sistemático e rigoroso de detecção de todas as manifestações de sinais exteriores de riqueza e vai verificar se essas pessoas não terão feito declarações fraudulentas ao Estado e se não estarão a beneficiar de situações de privilégio injustificado.

    Parece uma medida corajosa e justa não parece? Parece, mas seria bom de mais. O Governo anunciou realmente essa preocupação e diz-se determinado a agir, só que essa preocupação não se destina a combater a fraude fiscal, nem a apanhar e punir aqueles empresários, gestores e profissionais liberais com grandes rendimentos que pouco ou nada pagam ao fisco, nem tão-pouco a identificar casos de corrupção, mas a identificar os beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) que não cumprem as regras.

    Não se trata de uma piada de 1.º de Abril. O ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, já há tempo que vem falando nisto, sempre com o ar de cruzado fervoroso que o caracteriza.

    Na linha do que o CDS sempre pensou e sempre disse - estas posições têm-se pautado pela coerência, ainda que coerência seja o tipo de qualidade que também se pode imputar a um serial killer - Pedro Mota Soares acha que há muita fraude no RSI, aquele subsídio que Paulo Portas considera um "financiamento à preguiça" e que antes considerava o "subsídio dos ciganos". Mais: Pedro Mota Soares sabe que a fraude no RSI totaliza 70 milhões de euros, mais coisa menos coisa. Sabe que a fraude que há no RSI tem o mesmo valor de que precisou para os aumentos das pensões mínimas, rurais e sociais que entraram em vigor no início do ano. É por isso que o gasto total no RSI deste ano vai passar de 440 milhões de euros para 370 milhões. Foi assim que a pensão mínima passou para 254 euros, a rural para 234 euros e a social para 195 euros. Um aumento de sete euros, "em linha com a inflação", não vão estes pobres ganhar vícios e começar também eles a mostrar sinais exteriores de riqueza.’

8 comentários :

Anónimo disse...

Curioso ver a socratice contra esta medida mas gostava de ter a reacção a estas palavras "temos de combater a fraude no RSI e outros subsidios e ser rigorosos para que os ditos cheguem na realidade aos precisam". Ora estas palavras são de um tal vieira da silva ministro do desemprego e da possível economia no tempo do regime socrático. Enfim tenham paciência vão dar banho ao cão.

Anónimo disse...

Ouve lá arrastadeira anónima: desemprego é o que tens agora, economia nem vê-la, seu anormal. Vai "cagar" lá no pote, tu e os teus parceiros. Aproveita enquanto dura, porque está a acabar.

Anónimo disse...

Não se combate fraude nenhuma baixando valores mas fiscalizando como deve ser. O problema é que fiscalizar é coisa para a qual este governo não está virado, aliás quanto menos fiscalização e mais punição da comunidade no seu total houver, melhor!
Por mais imbecilidades que a arrastadeira debite, o facto é que este governo está a matar pessoas, de fome, de desemprego, de falta de acesso á saude e agora com prestações mais baixas, quer para quem não precisa( e que não deixa de continuar a fazer fraude por o valor que recebe ser mais baixo) como para quem precisa.
Isto não é um governo, é uma cáfila de despotas e cobardes eunucos. Porque para tirar aos pobres nem um tomate é preciso.

José Pires disse...

Recomendo vivamente que se atente no embuste, hoje profusamente noticiado, segundo o qual a "Comissão Europeia admite que o corte dos 13º e 14º meses decidido para os funcionários públicos e pensionistas em 2012 e 2013 venha a tornar-se numa medida permanente" (v. Publico edição digital; v. tmabém DN e JN edição digital). Isto quer apenas dizer que o Governo se prepara, com a desculpa da Comissão, para por em prática algo que já, há muito, decidiu. Ou alguém acredita que em 2014 o Governo ia aumentar em 14% a massa salarial dos funcionários públicos?

Anónimo disse...

O cavaco deixou a farpa e calou-se:os cortes "são violação à equidade fiscal". O tribunal constitucional disse qualquer coisa como: não está lá muito bem mas, desde que temporários, a gente finge que não vê. O cavalheiro do Zé Barroso disse que não gostamos de medidas extraordinárias e, portanto, toca de os admitir como definitivos.

Belo cenário!

O tal regresso aos mercados em 2013 a taxas decentes é uma aldrabice que tem vindo a mascarar a insanidade do que se tem vindo a implementar por conta do PEC, vem aí, portanto, como na "bola" prolongamento e, se isto não bastasse, temos ainda o tal pacto "dourado" que nos vai reduzir a um país do terceiro mundo.

O melhor é pedir desde já a adesão à União Africana, como República Neo-Liberal do Marrocos do Norte.

Anónimo disse...

Ar de cruzado, não sei se o Mota da Lambreta terá. Mais me parece o Pateta do Walt Disney, em reacçóes de Pavlov. Este é um dos que, no futuro, vi dizer-se inocente por só ter obedecido a ordens que não discutiu por não ter percebido...

Anónimo disse...

Infelizmente o governo armou-se em cruzando e continua a espolias os pobres e desgraçados, que nada têm.

Este blogue e alguns jornais que se dizem de referência, poderiam ir espreitar as listas de subsídos publicadas regularmente pelo IFAP (e também pelo FSE) e verão os milhares e milhares de euros pagos à não produção, que vai direitinho para uma mesma famíliam que trocou vacasm ovelhas e até oliveiras entre si...

São casos às dezenas. Venham ao Alentejo e ~confirmem.

J.

Anónimo disse...

Pôr o "motocas" a ministro Solidariedade... e Segurança Social...!?,é, o mesmo que pôr uma raposa de guarda a um galinheiro ou pedir ao Bibi para para gerir um infantário.