• Francisco Assis, De Simone Weil ao Código do Trabalho [hoje no Público]:
- ‘O direito a uma recompensa justa pelo trabalho prestado; a protecção adequada na doença, na velhice, no desemprego; a consagração do princípio da segurança no emprego; o primado da escola pública; a manutenção de um Serviço Nacional de Saúde universal; a preservação de um sistema de Segurança Social público - tudo isto constitui uma barreira contra a indignidade humana e tudo isto tem vindo a ser progressivamente atacado em quase toda a Europa. O que é, aliás, mais preocupante no tempo presente é a facilidade com que algumas mentes remetem verdadeiras conquistas de civilização para o domínio dos arcaísmos que devem ser removidos. O grande problema do neoliberalismo assenta na pobreza da visão antropológica que o sustenta e se espelha na linguagem rudimentar dos seus clérigos mais fanáticos. É vê-los a falar de mobilidade, de empreendedorismo, risco e sucesso com uma ligeireza própria de quem tem da humanidade uma representação muito redutora.
Felizmente ainda há quem recuse essa metamorfose que transforma os homens em pedras. Provaram isso mesmo ainda este fim-de-semana os funcionários dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Numa encenação teatral de rua, demonstraram que a todas as razões instrumentais do mundo se pode opor sempre a razão última da dignidade humana.’
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