quarta-feira, agosto 08, 2012

Da série “A Fenomenologia do Ser”¹ [14]



Houve quem quisesse ver uma ‘sofisticada’ estratégia de marketing na queda deste primeiro-ministro para o uso frequente de linguagem e de metáforas, ora vulgares, ora ordinárias, em contextos manifestamente inadequados.

Descontando os ingénuos e os prosélitos – que sempre existirão – sugiro a quem assim pensa um minuto de reflexão sobre um conselho sábio que todos os estudantes de medicina recebem, logo no primeiro ano de faculdade, e que lhes serve de guia para diagnósticos futuros:
    When you hear hoof beats, think horses, not zebras.
Ou seja, o mais provável é que não seja nem estratégia, nem marketing, mas feitio, a própria “fenomenologia do ser”. A coisa-tal-como-a-percebemos, o noema².

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¹ Obra filosófica que o actual primeiro-ministro afirmou ter lido na sua juventude, desde então, perdida.
² "The noema is nothing but a generalization of the idea of meaning to the field of all acts.", Husserl, E., Ideen III, p. 89, in Dagfinn Føllesdal, Husserl's Notion of Noema, The Journal of Philosophy, Vol. 66, No. 20, (Oct. 16, 1969), p. 681

1 comentário :

Anónimo disse...

O homem lia coisas mais directas como por exemplo: os cartaz que colava, a cartilha do partido onde aprendeu meia dúzia de chavões que agora vomita com ar autoritário, provavelmente terá lido a Maria, revista altamente cotada junto da intelectualidade da nossa praça e todas as demais revistas cor de rosa que por aí proliferam. Então, "não se vê logo pela aragem o NÉSCIO vai na carruagem!"