segunda-feira, setembro 03, 2012

Um pretexto chamado Loff

Não sei sinceramente se Manuel Loff merece esta vigorosa campanha de marketing, mas a verdade é que o extravagante espectáculo oferecido aos leitores do Público pelos amigos de Ramos justifica alguma atenção. Veja-se o cortejo:
    • Na sexta-feira, o Sr. Zé Manel, que ameaçou voltar “ao tema”, agora que precisa de elaborar papers para justificar a equivalência dada na Universidade Católica;
    •m No sábado, a Dr.ª Mena Mónica, muito embora já sem o fulgor dos saudosos tempos em que discorria sobre os “mais bonitos colares da classe política europeia” ou sobre a “culpa tangencial” de Sócrates;
    • Hoje, o regressado Espada, que se dispôs a interromper as suas elucubrações (ou talvez uma partida de ténis) para lançar uma fatwa contra o infiel que beliscou o amigo Ramos, e o presidente da fundação Pingo Doce, que, à falta de convite, escreve à directora do jornal, carta essa que, por uma feliz coincidência de paginação, surge bem acompanhada pela imagem da 1.ª página da edição de ontem.

À parte o lado alucinado da estória, a mensagem subliminar dos amigos de Ramos é que o Público tem de medir muito bem o que deixa “sair”: o debate de ideias é uma coisa linda, mas quando feito entre “os nossos”, gente sem divergências de fundo. E António Barreto não se fica apenas por Loff: “Por várias vezes, no decurso das últimas semanas, fui surpreendido por escritos alusivos à História de Portugal da autoria de Rui Ramos (coordenador), Bernardo Vasconcelos e Sousa e Nuno Gonçalo Monteiro, publicada em 2009. A maior parte desses textos apareceram no PÚBLICO e o seu principal autor é Manuel Loff. Sei bem que a liberdade de expressão não pode ser limitada de ânimo leve, nem sequer pela qualidade.” Loff é apenas o pretexto para que outros aprendam os limites a que os debates de salão devem obedecer. Aquela ideia da suspensão da democracia (e da liberdade de expressão) por seis meses vai fazendo descaradamente o seu caminho.

1 comentário :

Anónimo disse...

Á pergunta de 1ª página sobre o que pensa o homem mais rico de Portugal dou eu uma resposta com outra pergunta : who the fuck cares?!