sexta-feira, outubro 12, 2012

Foi para isto que chumbaram o PEC4? [3]


      "Estas medidas põem o país a pão e água. Não se põe um país a pão e água por precaução."

    ‘Há aqui uma questão básica que nós temos que analisar. A questão básica é esta: no final deste ano, devíamos ter um deficit de 5% sobre o PIB e, no próximo ano, devíamos ter um deficit de 4,5% sobre o PIB, o que quer dizer que o esforço fiscal teoricamente concedido para resolver o problema seria de 0,5%. Ora 0,5% do PIB são cerca de 800 milhões de euros. E nós estamos a arranjar uma carga fiscal sete ou oito vezes mais.

    A pergunta que se faz é: se os portugueses, os cidadãos, acreditam no Poder e acreditam na objectividade das coisas, perguntam — em princípio, são 800 milhões; porque é que nos pedem seis mil milhões?

    Evidentemente que a explicação é simples e tem duas razões do meu ponto de vista: a primeira é que é para tapar parte do buraco deste ano e para prevenir um eventual buraco no próximo ano. Ou seja, este orçamento, esta carga fiscal, é uma espécie de cinto de segurança, de suspensórios, de tudo o que você quiser para garantir que para o próximo ano não há desvios.

    Mas por trás desta possibilidade esconde-se uma questão grave: é que, afinal, os modelos de execução orçamental que o Governo português nos dá não funcionam. Essa é a questão: porque é que existe um buraco este ano e porque é que o Governo tem receio de um eventual buraco no próximo ano, quando o modelo de execução orçamental é o mesmo?
      Ângelo Correia, na RTP2, a 9 de Outubro

3 comentários :

james disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
james disse...

Tenho dúvidas àcerca da sinceridade e autencicidade de Ângelo Correia, Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa & Cia.

Nunca os interpreto sem impor um crivo a mim próprio sobre aquilo que dizem... mas admito o aforismo "Zangam-se as comadres e dizem-se as verdades".

Anónimo disse...

Os oportunistas podem ser velhacos e vigaros mas não são estupidos.
É apenas por essa razão que estão a abandonar o barco, em pré naufrágio, de passos e companhia.
Os ratos são sempre os primeiros.E quando eles começam a saltar sabemos que o fim está próximo.