domingo, outubro 14, 2012

Invenção de Passos & Relvas: o nicho dos aeroportos e heliportos municipais

Passagem do editorial da edição de hoje do Público:
    ‘O "monstro" de que o Presidente Cavaco Silva tanto falou no seu tempo de pousio político começou a ser construído na ressaca da última passagem do FMI por Portugal, alimentou-se com Cavaco, prosperou com António Guterres e manteve-se voraz nesses anos em que Miguel Relvas era secretário de Estado da Administração Local do Governo de Durão Barroso e Pedro Passos Coelho gestor de empresas especialmente vocacionadas para explorar as oportunidades dos negócios públicos, como foi o caso da Tecnoforma e do programa co-financiado pelo Fundo Social Europeu.

    Quem inventa, autoriza e tenta executar um programa de formação no valor de 1,2 milhões de euros para funcionários de aeródromos perdidos no meio do nada tem de assumir a sua quota de responsabilidade na "irresponsabilidade" que faz hoje os portugueses terem de "pagar tantos impostos".

    É hoje claro que Passos Coelho e Relvas trabalharam juntos para que a empresa à que o actual primeiro-ministro esteve ligado vários anos encaixasse como uma luva num protocolo assinado em 2004 por dois membros do Governo social-democrata apenas 17 dias antes, dando enquadramento legal a uma ideia que se resumia a isto: inventar uma forma de fazer dinheiro com base numa necessidade artificial, numa "premência" que não existia, num "problema" que Portugal não tinha - tão forçada era a ideia que nenhuma câmara municipal mostrou interesse. Passos e Relvas queriam formar mil pessoas para aeródromos que estavam fechados, que eram pistas perdidas ou que tinham um ou mesmo nenhum funcionário.

    Não é sequer preciso especular sobre supostas teias de favores entre ex-amigos da Jota social-democrata. Não é necessário procurar na possibilidade de um crime a expiação para o que aconteceu. O que aconteceu fala por si. O que aconteceu é que o actual primeiro-ministro e o seu ministro Miguel Relvas foram parte activa num negócio que, à sua escala, também ajudou ao drama actual.’

7 comentários :

Anónimo disse...

Gente séria! Tão séria que ainda tem que nascer alguém duas vezes para ser mais sério, mais honesto que eles, como dizia Cavaco Silva em Dezembro de 2010.Dois homens "invulgares"(Passos/Relvas) diria a Felícia Cabrita.

Anónimo disse...

Quanto ao Público, dá para perceber que estão numa de vingança e de quem já não tem nada a perder. Feio, muito feio.

Anónimo disse...

Pois, pois… e agora admiram-se que o povo os chame de gatunos quando os vê na rua.

Fernando Romano disse...

UMA ALTERNATIVA POLÍTICA, ANTES QUE FALE MARCELO REBELO DE SOUSA:

Como anda muita gente a lançar bitaites sobre soluções alternativas para sairmos da já tragédia em que estamos mergulhados, vou usar da minha liberdade - se o CC não ma travar -, apresentando uma, que parecerá a muitos idealista, quiça delirante. Ela parte do princípio básico e evidente de que a contradição na nossa sociedade está alojada na política, já que as contradições no seio da nossa sociedade, que nem sequer estão estudadas, longe portanto de estarem definidas, não são tão relevantes como a política produzida o quer fazer crer. Os partidos mais à esquerda (PCP e BE) não querem fazer esse estudo, preferindo que naveguemos em situações quiméricas, para obedecer a discursos teóricos político-ideológicos completamente desajustados da nossa realidade social e económica, e, assim, manterem-se vivinhos da silva, borrifando-se para os interesses do povo. Os restantes partidos neste momento andam às cegas. Há uma lógica de sobrevivência das elites partidárias. Alguns nem se dão conta disso. Há neste momento insteresses transversais à nossas sociedade que precisam de ser consubstanciados em políticas.

Independentemente da crise internacional, fator determinante no estado actual da crise em Portugal, a verdadeira crise que veio ao de cima nos últimos anos e está aí para durar, e a emperrar soluções, é a crise política, que, a não ser encarada de frente só nos afundará. A sua expressão mais clamorosa esteve na recusa do PEC IV, que em qualquer País da Europa Central e do Norte nas mesmas condições teria sido agarrada como divina tábua de salvação. E o que fizeram...? Todos têm agora mais consciência disso. Que lições tiram...? Ninguém lhes lembre o seu comportamento nos últimos dois ou três anos.

O cerne desta crise política está na mais alta Magistratura da Nação, personificada por Aníbal Cavaco Silva, actual Presidente da República. Ele é o que não fez o que devia ter feito na altura (não só agora), ele é o que fez o que não devia ter sido feito recentemente. Por paradoxal que seja, é na Presidência da República que está o nó por desatar.

Ninguém quer eleições. O povo brama por se ver livre de quem nos governa, porque perderam a legitimidade e a confiança.

Parecerá um equívoco, próprio da Comédia, mas é neste mesmo Presidente da República que reside a solução:

DEMITIR-SE PARA IRMOS PARA ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS! - O MAIS URGENTEMENTE POSSÍVEL! Pedir a sua demissão!

Isso iria provocar transformações imediatas nos partidos do governo. Isso iria provocar uma grande transformação no sistema partidário português, a um ritmo vertiginoso com um único intuito: salvar o povo, a pátria e a democracia. O mais alto Magistrado da Nação tornou-se no problema. Qualquer solução vinda dele cheira àquele email fantasma e àquele discurso lesa-pátria, da mesma laia das que pariram o caso Freeport.

Os capítulos seguintes.... Que cada um construa o seu. Mas a democracia ganhava, o sistema partidário reforçar-se-ia na base da responsabilidade, e as condições para sairmos dignamente desta crise económica estariam asseguradas. Porque o fito seria ajustar a política às condições concretas que vivemos e às relações objetivas entre nós, na base do nosso sitema partidário - renovado, já se vê. Nesta enérgica movimentação política, estou em crer, os frutos podres tombariam.

Esta minha ideia ficou ontem reforçada, ao ouvir o ex-Presidente da República Jorge Sampaio, na SICN, pedindo, de uma forma maravilhosamente inteligente e de altíssima política, a demissão de Cavaco Silva, quando teve a coragem de aconselhar o actual Presidente a fazer isto e aquilo, mesmo com pedido de desculpas.

E com razão:de onde saem emails como o que conhecemos, não sairão decisões políticas sérias e ajustadas às necessidades políticas objetivas.

Ora aqui está o meu bitaite, em afrontosa concorrência com o candidato a Dapífero, José Pacheco Pereira.

Anónimo disse...

Pobre País....

Um ganhava mais valias estranhas para el e para a filha com essa pouca vergonha que é o BPN...

O outro ganhava a vida promovendo acções fantasmatácias para formações de milhões ewm aeródromos com o amigalhaço...

E depois promoviam umas inventonas como os Freeport ou as escutas para mandar a lama para cima do Sócrates


O País e a Democracia foram vítimas do maior atentado por parte desta malta do POTE.

Com a participação activa de instituições ( e respectivos sindicatos) que deveriam ser o garante do Estado de Direito

Anónimo disse...

Epá... que tal promover um novo bloqueio da ponte 25 de abril???

Podia fazer-se um apelo aos camionistas e espalhar palavra nas redes sociais.

O bloqueio comecava numa 6a feira a tarde e deveria durar até o Cavaco cair.

Olimpico disse...


Oh Romano, está bem analisado, mas "obrigar" Cavaco a saír, seria para ele um "PRÉMIO"!!!! Ele vai ter que beber o "VENENO" que produzui...
SAMPAIO foi muito claro, para um bom entendedor....

NB: Terá Cavaco que beber o seu próprio veneno ? Tudo indica que sim....amanhá, é outro amanhã.... Até ao Natal, será muito tempo ?