sábado, outubro 27, 2012

Mas que benefício recolhemos até agora da postura de menoridade e abdicação da soberania do atual Governo?

• Nuno Peres Monteiro (professor na Universidade de Yale) e Eduardo Teixeira de Sousa (quadro bancário em Portugal), Portugal e o default ano e meio depois do resgate [hoje no Expresso-Economia]:
    ‘Alguns continuam a argumentar que a renegociação da dívida eliminaria o principal incentivo que temos hoje para fazer mudanças estruturais. Mas, ano e meio passado desde que tomou posse, o Governo mais empenhado em fazer o país “mudar de vida” de que há memória, a vida dos portugueses mudou apenas pelo empobrecimento. Não há registo de reformas estruturais terem sido conseguidas ou até iniciadas.

    Outros argumentam que a renegociação da dívida destruiria a única conquista política do atual Governo: uma imagem de bom aluno na UE, supostamente apreciada pelos nossos parceiros europeus e que, dizem-nos, trará grandes benefícios numa altura de aperto. Mas que benefício recolhemos até agora da postura de menoridade e abdicação da soberania do atual Governo? Pelo contrário, apesar de o Fundo Monetário Internacional se mostrar cético em relação ao rumo preconizado pela troika, a UE não se dispôs a fazer concessões ao “bom aluno” português. Aliás, só esperaria que o fizesse quem tem uma visão ingénua da economia política internacional.

    Portugal tem hoje dois caminhos possíveis. Podemos continuar a destruir o país numa voragem de austeridade, ou podemos renegociar a dívida pública. É este o principal dilema que o país enfrenta. Seria bom que tivéssemos um debate público consequente sobre as duas opções em vez de continuarmos a fingir que a segunda não existe.’

1 comentário :

Carlos Marque-se disse...



O suposto "guverno" proclama não precisar "nem de mais tempo, nem de mais dinheiro".

Até tem razão: o País é que precisa, eles estão na maior, na sua "zona de conforto", com maioria, guverno, presidente, comunicação social, líder da oposição e, agora, também a procuradora-geral da República!

O problema é só este: os poderes políticos atuais não representam nem defendem os interesses do País.

E contudo... "o Coelhinho vai com o Palhaço mais o Pai Natal no comboio ao Circo"!