quarta-feira, outubro 31, 2012

Portas é um conservador ou um neoliberal? Um institucionalista ou um revolucionário?

• Rui Tavares, A reafundação [hoje no Público]:
    ‘Dizer que a maioria está neste momento em dissonância cognitiva é pouco: é uma trissonância, uma cacofonia cognitiva. Vem um ministro - precisamente Miguel Relvas, PhD - e diz que "faltam vinte meses para acabar o programa de ajustamento". Mas logo chega o primeiro-ministro e diz que é preciso refundar o programa da troika. A razão é simples: Pedro Passos Coelho não quer viver sem a troika, que lhe dá a cobertura de que ele precisa para o seu projeto de proclamar um dia a República Minimal Portuguesa. Paulo Portas tenta mudar de assunto, ou fingir que não é nada com ele - afinal, que quer ele, preservar alguma coisa do estado ou desmantelá-lo? é um conservador ou um neoliberal? um institucionalista ou um revolucionário? - , mas é corresponsável de tudo o que acontecer ao país enquanto este governo estiver no poder.

    Essa é a parte da trissonância cognitiva. Agora passamos à cacofonia.

    Chegamos ao debate na Assembleia da República sobre o orçamento e o quadro é confrangedor: uma bancada parlamentar que, em grande parte, sabe que os cenários previstos pelo orçamento são completamente irrealistas e não acredita que seja possível implementar o plano do governo.

    E, no entanto, como uma matilha de autómatos ululantes, estes deputados vaiam em coro, interferem com os discursos da oposição, repetem-se em apartes despropositados. Duvido que consigam ouvir sequer o que está a ser dito, mas não importa. Estão a picar o ponto, como farão mais tarde quando aplaudirem, de pé, mecanicamente, as palavras do primeiro-ministro.’

1 comentário :

Anónimo disse...

Paulo Portas é conservador ou neo-liberal? Nem uma coisa nem outra. É apenas mais uma fraude à portuguesa: serve-se de cargos governamentais para manter a imunidade. Não quer ser inquirido sobre os submarinos, a Univ. Mopderna e o caso Portucale. Apenas isso.