quarta-feira, outubro 31, 2012

Versão requentada do projecto de revisão constitucional que o PSD apresentou há dois anos e que, misteriosamente, foi apagado durante o período eleitoral

• Mariana Vieira da Silva, Re(a)fundar:
    ‘Depois do mito de que tudo resolveriam eliminando as gorduras e as mordomias; depois da farsa de que renegociariam as PPP e retirariam o apoio às fundações; finalmente o governo chega ao ponto onde sempre quis chegar, àquilo que o PSD sempre defendeu que estivesse incluído no memorando de entendimento. Primeiro acena-se o Estado social como principal responsável pela crise e depois programa-se o seu desmantelamento. Primeiro eleva-se a carga fiscal ao seu limite para criar a ideia da inevitabilidade, para depois procurar legitimar uma transformação que sempre teve uma oposição muito alargada.

    A culpabilização do Estado social não resiste ao teste dos factos. Até à crise de 2008, a despesa social em percentagem do PIB era menor do que a média da UE. Portugal não é - infelizmente, aliás - esse País com um Estado social de tipo nórdico de que fala o Governo. É, por exemplo, um dos países da OCDE em que os pagamentos diretos das famílias em saúde são mais elevados - 26%; e um dos países em que é maior a parcela do financiamento do ensino superior suportado pelas famílias - 22%.

    Com a refundação do memorando, Passos procura tornar inevitável uma revisão constitucional para a qual não tem apoio e o desmantelamento do SNS, da escola pública e da rede de mínimos sociais. Aqueles que se opõem à destruição que Passos agora promete não podem faltar ao debate, começando por desmontar os mitos que o alimentam.’

1 comentário :

Anónimo disse...

Ninguém contraria a mentira do despesismo dos anos Socrates. Ninguém. No entanto, foi precisamente durante um governo Socrates ( o primeiro) que Portugal teve o defice mais baixo da sua história pós 25 de abril. E practicamente sem mexer no estado social.E com crescimento anémico do PIB.
Não me venham agora com a lenga lenga de que pagamos poucos impostos para o estado social que temos.
Com a razia no emprego e a redução dos salários, como raio quer gaspar que o nivel de combrança de impostos se mantenha o mesmo?!
Não há, neste momento, de facto dinheiro para sustentar um cego, mas apenas porque para isso este governo tudo fez, baixando propositadamente a coleta o mais possivel para depois vir dizer " oh, não pagam impostos suficientes para manter o estado social, que pena..."
Badamerda para quem neles votou e se recuse a vêr o que está a frente até de um cego.