Estamos perante um perigoso círculo vicioso: o Governo agrava a austeridade → as empresas e as famílias entram em dificuldades e não pagam os empréstimos aos bancos → aumentam as imparidades dos bancos e estes, em lugar de dar crédito à economia, optam por comprar dívida portuguesa, com o Governo a incentivá-los → sem financiamento à economia, a recessão agrava-se.
Veja-se o caso do BES, cujos resultados dos primeiros nove meses deste ano foram ontem apresentados por Ricardo Salgado. As imparidades do crédito malparado ascendem a 618,9 milhões de euros. O BES subiu os spreads do crédito às empresas e investiu na dívida portuguesa, sendo que “os ganhos com as taxas de juro maioritariamente de dívida soberana totalizaram 516 milhões a 30 de Setembro, quase seis vezes mais do que há um ano.” [in Jornal de Negócios, p. 8]
Os bancos, que era suposto ganharem dinheiro com a concessão de crédito à economia, descobriram um excelente negócio: a dívida soberana. No ano em curso, a banca nacional cortou o financiamento às empresas em 6,8 mil milhões de euros este ano, mas investiu 7,4 mil milhões em dívida pública.
Ora o BCE promoveu dois leilões de longo prazo com o objectivo de garantir que a banca europeia teria fundos suficientes para assegurar que o crédito continuaria a fluir para a economia. No segundo leilão, a banca portuguesa levantou quase 8,8 mil milhões de euros, com uma taxa de juro de 1%. Nos dois meses que se seguiram, os bancos investiram 6,3 mil milhões em títulos de dívida pública nacional.
Por isso, é surpreendente que, na conferência de imprensa que o BES ontem deu para apresentar os resultados dos três primeiros trimestres, ninguém tenha questionado Ricardo Salgado quando ele disse, sem se rir, que o BES foi o primeiro banco, no início do ano, a “transmitir confiança ao mercado para investir em dívida soberana”. A “confiança” que chegou numa mala cheia de notas do BCE, a uma taxa de juro de 1%, e que não fluiu para a economia.
9 comentários :
enquanto vos andava a financiar a "festa socialista" era um gajo PORREIRO PÁ!!! Agora é bandido? Deviam falar da divida das empresas publicas de transportes que os xuxas devem a este senhor .... mem´ria curta é igual a propaganda!!!
Os xuxas são muito, mas mesmo muito fracos!!!! Em 6 anos enterraram o país e agora são os defensores de outra alternativa (que não dizem qual é!!!)
Então Ricardo Salgado já não é um fulano porreiro, seus canalhas? Enquanto vos aparou alguns golpes era o maior quando falou grosso e alertou a bancarrota e deixou de apoiar o foragido aldrabão parisiense passou a ser inimigo da socratice trapaceira. Gentinha sem carácter.
Ó Miguel! As arrastadeiras têm-te na mira! Não importa a chulice financeira o que vale são dislates á Relvas sem qualquer outro argumento Bem, o Relvas, patrão desta maralha manada e eles acéfala-mente cumprem, quais cães de fila!
deves andar com o síndrome catroga, atão não foi o salgado e a judite sousa que correram com o socras?
O Sócras é que vos dá engulhos... porque será ?
Todos os pássaros comem trigo e só o pardal é que é o culpado... ide comer no sítio do costume !
O que há a dizer de uma gajo que é um fervoroso apoiante de uma manada dos maiores incompetentes que já se viu em Portugal, liderada pelo Dr- farinha-amparo-Relvas? Arrastadeira, és uma caricatura de ti próprio, e um cobarde de alto calibre, porque só dizes o que dizes aqui escondidinho no conforto do anonimato, porque se dizes o que dizes na rua corres o risco de levares um enxerto de porrada!
@arrastadeira: a al-ter-na-ti-va e-ra o PEC-IV. Qual destas palavras não entendeste?
Lêde e triste madrugada....( Camões) Para os anónimos, que vendo o fim do seu "sonho" só encontram o insulto, como "arma" de defesa da sua "dama". "Amigos" o fim está à vista....palavras ? insultos? poupem essas poucas energias, por que podem ter necessidade de fugir.....
A julgar pelo defice que aí vêm para este ano, eu diria que os bancos se meteram foi numa bela sarilhada, que mais tarde ou mais cedo a divida vai mesmo ter de ser renegociada. Se escaparem a um haircut já vão com sorte...
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