quarta-feira, dezembro 19, 2012

A certeza dos custos de sair do euro

• Pedro Nuno Santos, A certeza dos custos de sair do euro:
    ‘Os principais defensores da saída do euro, da esquerda à direita, têm optado por não abordar a elevada incerteza que assombra as potenciais vantagens da sua proposta e por desvalorizar os mais que certos efeitos negativos. São invocados, como principais exemplos argumentativos, os casos da Argentina e da Islândia sem fazer a exigida ressalva às diferenças entre as várias economias. E nesta matéria, as divergências são cruciais - o que funciona de uma determinada maneira numa economia, não funciona, necessariamente, noutra.

    Ao contrário da Argentina e da Islândia, Portugal não tem uma moeda própria. No nosso caso não se trata apenas de uma desvalorização cambial, trata-se de criar uma moeda nova, com todas as implicações que isso teria no sistema de pagamentos. E a mudança de moeda implicaria a rutura do sistema de pagamentos, com consequências potencialmente devastadoras no funcionamento da nossa economia, já demasiado fragilizada.

    As vantagens incertas não justificam que enfrentemos os evidentes efeitos negativos. Uma das vantagens invocadas é a de que a desvalorização cambial, que se seguiria a uma saída do euro, permitiria corrigir desequilíbrios externos, aumentando as exportações e diminuindo as importações. Esta relação causal não pode desprezar o padrão de especialização da economia em questão.

    Numa economia como a portuguesa, em que os setores exportadores incorporam um elevado valor de produtos importados, o efeito positivo proporcionado pelo embaratecimento dos nossos produtos nos mercados externos será reduzido pelo encarecimento das nossas importações. Esta vantagem é, portanto, de uma grande incerteza. Seria mais certa se fossemos exportadores de produtos primários, mas não é o caso. Só o aventureirismo se satisfaz com vantagens teóricas e despreza a certeza das desvantagens.’

3 comentários :

Anónimo disse...

O PS, deve na minha opinião, dizer aos empreendores e outos tais - que não concorda com a venda DGAC, Banco de Portugal, a TAP e outras coisas mais.

No caso de ser governo volta tudo à posse de Portugal.

Os pagamentos, caso haja, serão pagos em 20 anos sem juro.

E não há que ter medo

Tenho dito

Zé Boné

Anónimo disse...

O PS deve avisar os investidores publicamente da situação.

O SG do PS, não se pode resguardar.

Deve o dizer... urgentemente,

Se for Governo - volta tudo á 1ª forma.

Deixe de ter ar de professor e avançe.

Não precisamos de ter aulas nem pessoas bem falantes, com escrito na frente dos olhos.

Não precisa melhorar o Inglês, nem precisa de mostrar "sonsinho"

Zé Boné

Anónimo disse...

Portugal não tem recursos naturais assinaláveis, não têm mão de obra qualificada em quantidade, não têm capacidade de investimento e não têm empresários competentes.
Infelizmente vamos mesmo passar um péssimo bocado, uma péssima década.
Mas não seremos apenas nós. É impossivel competir com o rolo compressor da china e da india, que tudo produzem a preços infimos, mesmo a alta tecnologia.
A única hipotese do mundo ocidental está na economia verde, na ecologia, na medicina, na genética e na investigação.Está também na mudança de mentalidades, na recusa do consumo desenfreado, na taxação do automatismo ( de forma a recuperar em impostos o que se perdeu para o estado por esta via)e na maior redistribuição dos rendimentos, principalmente os mais altos.
Ninguém deveria viver com menos de 1500 euros mensais, ninguém deveria viver com mais de 2500...
Porque é que o estado não tem agora dinheiro para pagar a segurança social? Porque salários baixos correspondem a impostos baixos e porque os desempregados não pagam irs.
É fácil dizer que não há dinheiro para sustentar o estado social depois de se destruir a economia de um país inteiro.
Sinceramente, Gaspar e Passos deviam ser julgados por traição á pátria, o que fizeram e estão a fazer ultrapassa em grande escala o gamanço que Dias Loureiro e trupe do BPN fizeram.