sexta-feira, dezembro 28, 2012

“Como eu tenho dito e escrito há muito tempo…”


      Cavaco Silva considera que os portugueses tiveram “uma vida fácil” quando o país entrou na Zona Euro e que houve excessivo investimento em bens não transaccionáveis. O Presidente da República lamenta ainda a maneira como o país negou as consequências da impossibilidade de ter uma política de taxas de câmbio. "Fomos, portanto, demasiado negligentes."
      "O país vive uma situação difícil, mas não podemos baixar os braços. O importante é que todos tenhamos a consciência que Portugal não conseguirá voltar a aproximar-se do nível de desenvolvimento médio da União Europeia e ultrapassar as actuais dificuldades se não aumentar a produção de bens e serviços transaccionáveis", disse [o Presidente da República].
      "Sem comentar decisões específicas do Governo, eu entendo que faz sentido reponderar todos aqueles investimentos públicos e privados na área dos bens não transaccionáveis que tenham uma grande componente importada, que tenham capital intensivo, ou seja, que utilizem pouca mão-de-obra portuguesa", afirmou hoje Cavaco Silva à margem de um seminário económico a propósito da visita do Presidente de Moçambique a Lisboa.
      "Como eu tenho dito e escrito há muito tempo, Portugal tem de trabalhar para reduzir as necessidades de financiamento do exterior, porque se não precisar de pedir empréstimos no estrangeiro não tem de se preocupar com as palavras das agências de 'rating'", sublinhou o chefe de Estado.

      Cavaco Silva defendeu que o país deve "favorecer o aumento da produção de bens e serviços transaccionáveis, em detrimento daqueles que não são transaccionados nos mercados internacionais", sob pena de não solucionar as dificuldades definitivamente. "Se não formos por aí, os problemas não se resolvem. Vão e voltam", sublinhou.


Tanta conversa, tanta conversa e, afinal, foi Cavaco himself que deu a grande machadada na produção de bens serviços transaccionáveis: maior queda nos bens e serviços transaccionáveis aconteceu entre 1988 e 1993. É esta a conclusão de um estudo de dois professores da Universidade do Minho, que pode ser lido aqui.

1 comentário :

Anónimo disse...

Puta que o pariu!!!!!!