segunda-feira, janeiro 07, 2013

"Barroso e a instituição a que preside são hoje parte do problema e não da solução"

João Galamba no Facebook:
    ‘Durão Barroso está na conferência dos 40 anos do Expresso a reclamar os títulos de 'bombeiro' e 'arquitecto' para a Comissão Europeia. Na realidade, a instituição presidida por Durão Barroso tem-se comportado como pirómana e como empresa de demolições.

    Ao contrário do que afirma Durão Barroso, o 'aumento da confiança', que se tem traduzido numa redução dos juros dos países periféricos, não tem qualquer relação com a consolidação orçamental e as políticas de austeridade. A confiança foi fabricada pela BCE, que, como Barroso devia saber mas aparentemente não sabe, é a única instituição capaz de normalizar os custos de financiamento dos Estados. A austeridade que Barroso diz ter contribuído para afastar os perigos de implosão do euro, limita-se a criar recessão e desemprego, não resolve o problema das finanças públicas e prolonga e agrava a actual crise. Por tudo isto, a austeridade é hoje a maior ameaça à sobrevivência do euro, não apenas pelos custos económicos e sociais que acarreta, mas, sobretudo, por ser uma ameaça à sustentabilidade dos regimes democráticos que a impõem aos seus cidadãos. Na sua defesa cega e fanática da austeridade, a Comissão Europeia comporta-se, pois, como pirómana.

    Quanto ao papel de arquitecto, Durão Barroso também está enganado. A única decisão que contribui para a sobrevivência do euro é a decisão do BCE em intervir no mercado de dívida pública para reduzir os custos de financiamento do Estado. O chamado 'six pack' e tratado orçamental - que são as reformas que a Comissão Europeia tem defendido - são absurdos económicos, que não só resolvem nenhum dos problemas da moeda única como os agravam.

    Durão Barroso diz que a solução para a crise do euro passa por manter e aprofundar as actuais políticas orçamentais e aprofundar as reformas estruturais. Se as ideias de Barroso vingarem, a zona euro não sairá da recessão e, de caminho, irá desmantelar o estado social e os direitos dos trabalhadores. Barroso e a instituição a que preside são hoje parte do problema e não da solução. São os coveiros do euro e da democracia, e é por isso que têm de ser travados.’

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