quinta-feira, janeiro 10, 2013

LSD no Conselho de Ministros


No exacto momento em que o país não sabe se há-de rir ou chorar após a divulgação do relatório do Governo/FMI, Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro do Luxemburgo, defendeu que fosse feito “um reajustamento das condições orçamentais e financeiras” do programa de “ajustamento” português. Foi, de resto, mais longe, sustentando ter “muitas interrogações sobre o ritmo de ajustamento que tem sido aplicado a alguns países da zona euro”.

Horas depois das declarações de Juncker, é pedido a Marques Guedes, no final do Conselho de Ministros, um comentário. O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, que tem de assegurar o funcionamento da coisa enquanto o Dr. Relvas está a banhos em Copacabana, mostrou-se encantado com as declarações de Juncker: “encaixam-se perfeitamente na postura do Governo”.

Mas o o mesmo Marques Guedes, um momento depois (ou antes), não hesitou em defender os despedimentos no Estado quando questionado acerca das conclusões do relatório do Governo/FMI — “Se lhe chamamos despedimento, rescisão por mútuo acordo, ou outra coisa qualquer, é apenas uma questão de linguagem” —, adiantando que não sabe o que acontecerá às 100 mil pessoas que o FMI preconiza que devem abandonar o funcionalismo público, pois disse que não tem “uma varinha mágica nem uma bola de cristal para responder a essa pergunta”.

Andam a distribuir alucinogénios no Conselho de Ministros?

2 comentários :

ignatz disse...

génios alucinados, talvez.

Anal Gésico disse...



Estão é a precisar desesperadamente de algo que "encaixe perfeitamente" na sua "postura".