quinta-feira, fevereiro 21, 2013

A raposa sempre terá entrado no galinheiro


A primeira fuga de informação sobre os trabalhos da Comissão de Reforma do IRC fazia alusão a uma dedução do lucro reinvestido. Aparentemente, a medida tem a mesma natureza de um incentivo que existiu na determinação da matéria colectável da antiga contribuição industrial: a dedução de lucros retidos e reinvestidos. Importará saber qual a extensão desta norma: aplicação dos lucros em equipamentos imprescindíveis à exploração, excluindo portanto os investimentos em activos incorpóreos e em activos fixos corpóreos que sejam supérfluos ou não se possam considerar indispensáveis ao funcionamento da empresa?

A segunda fuga de informação faz hoje a manchete do Jornal de Negócios: Lobo Xavier propõe “paraíso fiscal” para grupos empresariais. Com o argumento de que 19 das 20 empresas cotadas no PSI-20 têm estruturas fora de Portugal para aproveitarem as vantagens de regimes fiscais mais favoráveis, prepara-se o terreno para que os Soares dos Santos, os Belmiro e os Espírito Santo não tenham sequer a maçada de ter de dar uma saltada, de vez em quando, à Holanda ou ao Luxemburgo.

Começa-se a ter uma ideia do repasto em preparação.

8 comentários :

Aranha disse...

Fantástico... Pelo seu ponto de vista, preso por ter cão e preso por não ter.
Qual seria a alternativa?

Anónimo disse...

A alternativa seria esses grupos pagarem os impostos devidos nos seus paises de origem, ponto.
O IRC não precisa de reformas para os grandes grupos, o preferencial seria taxa-los ainda mais por conta do que fogem.
O que é preciso é aliviar a carga de impostos das pequenas e médias empresas para que estas cresçam.
Os grandes grupos , novidade para si , leitor das 07:37, já são GRANDES!
É exasperante a quantidade de pessoas que mandam bitates nas caixas de comentários de blogs sem terem pensado sequer um segundo a sério no que dizem.
É exasperante a falta de hábitos de raciocinio e pensamento critico nas ditas elites portuguesas.

António Ferreira disse...

"O que têm em comum a Sonae, a Mota-Engil, o fundo Vallis, a Riopele, a Fundação Serralves, a SIC Notícias, a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, a ACEGE, a Associação Comercial do Porto, a Têxtil Manuel Gonçalves, a Jerónimo Martins e o CDS? Ora, esta é fácil..." O António Lobo Xavier.

http://www.jornaldenegocios.pt/especiais/poderosos/detalhe/antoacutenio_lobo_xavier_eacute_o_35ordm_mais_poderoso_da_economia.html

Anónimo disse...

A extinção da Zona Franca da Madeira, ditada pelo back-office do FMI, para transferir o seu negócio para a Holanda e Luxemburgo, foi cumprida zelozamente. Perderam-se centenas ou milhares de milhões em receita de IVA. Agora estes iluminados parece que descobriram a pólvora...

Anónimo disse...

Claro! Esta segue a mesma linha o perdão ao Salgado por fugir ao fisco e a perseguição aos reformados que ganham mais de 300 euros.
Persegue-se o tipo de café da esquina e manda-se os grandes para ofshores para fazerem "legalmente" o que é perseguido aos "piquenos". Apenas coerência, nada mais!

QI disse...



As ditas "elites" portuguesas não precisam de pensar, porque não defendem ideias, apenas interesses. Os SEUS interesses!

Anónimo disse...

mas o PS ainda vai fazer como diz o F.Assis e juntar-se à festa. querem-se chegar ao pote..

Aranha disse...

Caro leitor da 7:50 (do dia 21/02),
É na realidade exasperante a falta de racionínio que alguns comentadores apresentam!! Então quer que as empresas paguem os impostos devidos nos seus países... Muito bem! É como quer obrigá-los a isso, já que eles são livres de mudar de sedes, neste mundo global?? pretende instaurar uma mini-URSS neste rectangulo, como foi tentado em 25 do 4?? E já agora: Como pretende atraír investimento? Ou também ficaria revoltado se outras empresas europeias decidissem colocar cá os seus capitais por este ser um país fiscalmente atractivo? Vejo muito pouca consistência nos seus comentários...