Vítor Bento, em entrevista à TSF e ao DN:
- ‘(…) O que vou dizer é demasiado "economês", mas não sei dizer de outra maneira: temos a taxa de câmbio real demasiado sobrevalorizada e tem de ser desvalorizada. Como não temos taxa de câmbio nominal, só há duas formas de o fazer. Ou, se quiser, há três formas de reajustar, três formas que são por combinação, não necessariamente por exclusão. Uma é a redução de custos que tem um efeito mais imediato e que, de alguma forma, a TSU pretendia resolver por essa via: reduzia os custos laborais sem tocar nos salários, funcionava como esse impulso, é o equivalente a uma desvalorização. A outra forma é aumentar a produtividade, que é aquilo que permite corrigir a valorização da taxa de câmbio sem empobrecimento, mas não há nenhum instrumento que funcione de um momento para o outro. Os instrumentos sobre a produtividade levam tempo a surtir efeito. As reformas estruturais, supostamente, hão-de funcionar nesse sentido, mas levam tempo a produzir efeito, e ninguém sabe quanto. Depois há um terceiro caminho, que também será aplicado, que é a emigração ir, no fundo, emigrando o excesso que existe no mercado de trabalho e reequilibrando a economia Nós estamos numa situação em que não temos um instrumento para efeito imediato; o outro instrumento, sem empobrecimento, leva muito tempo, e para esse tempo é preciso haver financiamento que não é garantido que tenhamos (…).’
Sem comentários :
Enviar um comentário